As exportações do Rio Grande do Sul fecharam o primeiro semestre com uma queda de 4,4% em relação ao mesmo período de 2015. Grande parte deste resultado se deve às perdas com as commodities, que caíram 7,1% (totalizando US$ 2,14 bilhões), em função da retração de 64,4% do trigo e de 36% do milho. A indústria de transformação também sofreu as consequências deste momento ruim, mas em ritmo menor: suas vendas externas reduziram 2,6%, totalizando US$ 5,49 bilhões. É o pior resultado desde 2009 nessa base de comparação. “Em que pese a menor demanda de nossos parceiros na América Latina e a recente valorização do Real, a expectativa dos empresários é de uma leve alta na demanda nos próximos seis meses. Porém, dificilmente as perdas acumuladas neste primeiro semestre serão recuperadas”, afirma o presidente da FIERGS, Heitor José Müller, ao divulgar os números da Balança Comercial do RS, nesta quinta-feira (14).
O aumento de 471,7% nas exportações de celulose e papel, provocado pela ampliação da capacidade da Celulose Riograndense (CMPC), em Guaíba, evitou uma queda maior nas vendas externas do Rio Grande do Sul. O total de vendas de US$ 343 milhões foi o melhor resultado para o primeiro semestre de toda a série histórica. Se os embarques desse setor permanecessem estáveis em comparação com os seis primeiros meses do ano passado, o resultado da indústria de transformação seria de -7,6%, cinco pontos percentuais inferiores ao efetivo. Outro destaque positivo ficou por conta de Madeira, que subiu 33,3%, de um total de US$ 76 milhões.
Porém, das 24 categorias que registraram alguma operação de exportação, 14 caíram, apenas sete cresceram e três registraram estabilidade. Os resultados mais negativos ficaram com Produtos Alimentícios (-11%), Máquinas e Equipamentos (-12,6%) e Tabaco (-7,9%).
Ainda sobre o primeiro semestre, as importações caíram 29%, somando US$ 3,66 bilhões – o valor mais baixo desde 2005 nesse período. Todas as categorias de uso sofreram perdas, em função da recessão econômica e da desvalorização da taxa de câmbio. Os segmentos mais ligados à indústria – Bens de Capital e Intermediários – tiveram quedas acentuadas: 35,2% e 24,9%, respectivamente.