O governo do Estado divulgou, nesta terça-feira (18), balanço com as principais ações promovidas na área da Saúde em 2016. Além do Rio Grande do Sul se consolidar como o estado com a maior atividade de transplantes do país, a Secretaria da Saúde ampliou a cobertura do programa Atenção Básica, presente em 95% dos municípios para atendimento às famílias e comunidades.
Apesar da crise das finanças públicas, o governo reduziu em mais de R$ 250 milhões a dívida com os hospitais. De janeiro de 2015, quando o atual governo assumiu, até agora, a dívida diminuiu de R$ 350 milhões para R$ 97 milhões. Também houve aumento dos repasses aos hospitais filantrópicos e públicos com recursos do Tesouro do Estado.
Transplantes
Em 2015, o Rio Grande do Sul bateu o recorde nacional de 66,9 transplantes de órgãos por milhão de habitantes. Com aumento de 10% em relação a 2014, o número se compara a resultados obtidos pelo Canadá e países europeus como República Tcheca e Portugal. Em 2016, os dados do primeiro semestre sinalizam crescimento significativo em comparação ao mesmo período do ano passado. Os transplantes hepáticos, por exemplo, apresentam aumento de 20% e os renais, de 8%.
De acordo com o secretário de Saúde, João Gabbardo dos Reis, o "sucesso dos transplantes tem relação fundamental com as condições do órgão doado. Contamos com equipes totalmente dedicadas ao projeto, com hospitais e instituições competentes, além de logística eficiente e de qualidade", afirma.
Na logística, Gabbardo destaca o papel dos motoristas da secretaria, da Brigada Militar e de pilotos da Força Aérea Brasileira (FAB) e empresas aéreas comerciais. Na maioria dos casos, eles enfrentam condições adversas, como o tempo para viabilizar o transporte de órgãos e de equipes transplantadoras.
Até setembro deste ano, foram transportados em aviões 130 órgãos provenientes de outros estados para cirurgias em solo gaúcho. Gabbardo também ressalta que mais de 90% dos transplantes são financiados pelo Sistema Único de Saúde - o Brasil é o vice-líder mundial em número de transplantes por ano.
Avanço no número de transplantes no RS:
2011 - 1.725
2012 - 1.750
2013 - 1.673
2014 - 2.075
2015 - 2.274
Atenção Básica
O Programa Atenção Básica, ou atenção primária, é a principal porta de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS). É utilizado pela SES como ferramenta estratégica para mobilizar as famílias e comunidades em todo o estado. Seu objetivo é orientar sobre a prevenção de doenças, solucionar possíveis enfermidades e direcionar para atendimento especializado os casos de maior complexidade.
Nos últimos anos, registrou-se aumento na cobertura de equipes de atenção primária, chegando a 72,59% da população em 2015. As Unidades Básicas de Saúde oferecem assistência próxima às comunidades, atendendo territórios definidos e considerando particularidades dos moradores.
A cobertura do Saúde da Família atingiu 56,36% da população em agosto de 2016, com 1.905 equipes implantadas e presença em 95% dos municípios. Em determinadas regiões, como a Noroeste, a cobertura do Estratégia de Saúde da Família (ESF) alcança mais de 90%.
A enfermeira Rozeli Rita Rodrigues, responsável pela 17ª Coordenadoria Regional de Saúde (Ijuí), explica que o trabalho consiste em gerenciar e dar suporte às equipes de saúde da família. Segundo ela, 19 das 20 cidades abrangidas pela coordenadoria têm 100% de cobertura pelo programa. "Conhecer as famílias e estabelecer relações próximas são o grande segredo. Por isso, a importância do profissional não mudar de região com frequência. O vínculo faz grande diferença na aplicação das ações de prevenção", esclarece.
Outro exemplo de cuidado com a saúde no interior são as oficinas de Planificação da Atenção Primária em Saúde, promovidas nos municípios da Região Central. Organizadas pela SES em parceria com o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), qualificam o atendimento ao usuário e fiscalizam os processos de trabalho.
De maio a junho deste ano, cerca de 1.000 profissionais e 120 facilitadores de 17 municípios ligados às regiões de saúde 1 e 2 participaram das atividades. o trabalho serviu como piloto e será estendido às demais regiões.
Morador de Pejuçara, o aposentado Adil Vincensi, 78 anos, participa de reuniões de prevenção a doenças e recebe visitas especializadas pelo menos uma vez por mês. "A gente faz o que pode, graças a Deus tenho boa saúde. É um bem para toda a população do município e da região. A gente se sente confortado com isso", afirmou. Sua mulher, 69, e as duas filhas também são beneficiadas pelo serviço.
Atendimento a hospitais
Os hospitais filantrópicos e públicos receberam de janeiro a setembro mais de R$ 887,6 milhões do Tesouro do Estado. O montante é superior aos repasses feitos no mesmo período no ano passado (R$ 650 milhões) e em 2014 (R$ 830 milhões).
A rede hospitalar é formada por 22 unidades públicas e 196 filantrópicas. O Estado também conta com instituições privadas credenciadas que atendem os usuários do SUS. Os recursos estaduais são destinados ao pagamento da prestação de serviços de atenção hospitalar de média e alta complexidade.
O investimento garante o acesso da população ao atendimento nas mais variadas especialidades: Cardiologia, Traumato-Ortopedia; Nefrologia e Serviços de Hemodiálise; Neurologia; Oncologia; Oftalmologia; Queimados; Atenção à gestante de Alto Risco; Urgência e Emergência e Cirurgia Bariátrica.
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