Política desestimula o setor

Integrantes da cadeia do trigo discutem políticas de comercialização em reunião no Sindicato Rural de Passo Fundo

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A reunião com o deputado Luis Carlos Heinze aconteceu na tarde de segunda-feira, dia 31 de outubro.A reunião com o deputado Luis Carlos Heinze aconteceu na tarde de segunda-feira, dia 31 de outubro.
A reunião com o deputado Luis Carlos Heinze aconteceu na tarde de segunda-feira, dia 31 de outubro.
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Preocupados com o escoamento de mais uma safra de trigo e com as perspectivas para os próximos anos, prefeitos, produtores rurais e representantes de sindicatos, empresas e entidades ligadas ao agronegócio reuniram-se com o deputado federal, Luis Carlos Heinze, na sede do Sindicato Rural de Passo Fundo. As inquietações sobre a produção e o debate sobre políticas de comercialização do cereal motivaram o encontro. “A necessidade desta discussão é consequência da política brasileira para o trigo, que se limita ao custeio para o plantio. Não temos política para preço ou para o pagamento dos custeios. Infelizmente, esta é a nossa realidade”, afirma o coordenador da Comissão de Grãos do Sindicato Rural de Passo Fundo, Júlio Susin. 

Um dos maiores embates enfrentados atualmente pelos triticultores, tem sido a compra de trigo e farinha oriundos da Argentina por moinhos brasileiros, com preços incompatíveis com o mercado nacional. A concorrência é considerada desleal, já que o preço interno precisa ficar muito abaixo do custo de produção para competir com o país vizinho. “A Argentina está distribuindo farinha em quase todo o Brasil e isso força com que os moinhos paguem menos por nosso trigo. O preço que está sendo oferecido hoje não paga o custo da produção, o que gera desestímulo para as próximas safras”, destaca Susin. “A reunião que realizamos foi positiva porque, de fato, demonstramos que este é um problema concreto e que ainda não contamos com ações mais consistentes e que deixem os produtores mais tranquilos. Ou seja, a política do trigo se esgota quando terminam os financiamentos”, disse. 

Ainda conforme o triticultor, a discussão das formas de comercialização é uma discussão de longo tempo, problema enfrentado há mais de trinta anos e sem intervenção governamental, através de políticas púbicas com o PEP, Pepro, EGF e AGF. Na ocasião, o deputado enfatizou que existem verbas empenhadas para comercialização para todo o Brasil, porém o valor de duzentos e cinquenta milhões de reais é considerado insignificante para o tamanho da produção nacional. 

Como haverá disponibilidade de PEP – Prêmio de Escoamento de Produção, também na reunião, representante da Conab destacou a importância do credenciamento de armazéns, cooperativas e cerealistas para a armazenagem do trigo. Durante o debate, os participantes apontaram o problema de não existir uma política específica para a armazenagem. “Continuamos, portanto, com uma política de trigo limitada ao custeio e, daí em diante, é cada um por si e que todos ‘se virem como puder’. Mostramos para o deputado Heinze que a parte que compete a nós, produtores, obtentores, armazenadores é a qualidade aliada à produtividade. Agora, necessitamos que nossos representantes entrem em campo e façam a parte deles, modificando leis que possibilitem a retirada da produção do estado sem burocracia. Nossos concorrentes são Argentina, Uruguai e Paraguai, portanto só pedimos equidade em custos para podermos concorrer com eles. O restante é conversa para ninar crianças”, apontou Susin.

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