Servidores das escolas da rede estadual se mobilizam contra o pacote de medidas para conter a crise - anunciadas pelo governador José Ivo Sartori no mês passado. Os professores votaram, nesta semana, em assembleia, pela greve a partir da próxima terça-feira (13) até o dia em que o conjunto de projetos for votado pelo legislativo gaúcho. O pacote não agrada os servidores em nenhum item e só traz ônus, de acordo com o diretor-geral da Cpers de Passo Fundo, Orlando Marcelino.
“De todos os pontos que foram colocados no pacote, nem um beneficia servidor. Ele [Sartori] parcela e não paga o décimo terceiro. Ele está tirando triênio, quinquênio (adicionais salariais), tirando licença-prêmio, aumentando o desconto da previdência, está atacando diretamente os direitos dos trabalhadores. Além de estar destruindo com o Estado, querendo privatizar e fechar fundações. Não tem nenhum ponto que beneficie ou que melhore o RS”, enfatiza o sindicalista.
Descontente, a categoria busca mobilizar o maior número de escolas em Passo Fundo e na região. Ainda não há uma estimativa de adesão à greve. São 38 escolas da rede estadual na cidade, de acordo com a 7ª Coordenadoria Regional de Educação (7ª CRE). Destas, 27 já possuem o calendário letivo prolongado até janeiro de 2017. De acordo com informações da CRE, 16 escolas aderiram à greve dos professores e outras 11 foram ocupadas por alunos. A maioria das escolas terá aulas até metade de janeiro. O Colégio Estadual Joaquim Fagundes dos Reis foi o único a conseguir organizar o calendário com atividades alternativas, de modo que o ano letivo possa ser encerrado até o último dia útil de dezembro.
Como o calendário destas escolas já foi prolongado até janeiro, a preocupação é que as aulas extrapolem no ano letivo de 2017. O coordenador da 7ªCRE, Santos Olavo Misturini, explica que a partir do dia 20 de janeiro os professores entram em férias e só voltam no dia 5 de março. Misturini afirma que com a greve, será preciso rever todo calendário, analisar quais anos ficam afetados e que “cada escola é um caso a ser estudado”.
A previsão de termino das aulas, antes dos protestos, era para o dia 23 de dezembro. Para Marcelino, as aulas terão de ser recuperadas depois e “a responsabilidade disso tudo é do governo. O pacote poderia ter ficado para março do ano que vem, estão querendo tirar os direitos dos trabalhadores em um período de festas e de fim de ano letivo para evitar que os servidores façam mobilizações, mas nós infelizmente não podemos aceitar esse jogo. Temos que fazer a greve”.