Os servidores penitenciários do Rio Grande do Sul encerraram ontem à tarde a greve, atendendo decisão do desembargador Ricardo Torres Hermann. No entanto, a categoria anunciou que vai permanecer trabalhando na chamada operação padrão. Delegado sindical em Passo Fundo, José Oscar Sochber, diz que a visita será reduzida de três para apenas um familiar por preso. A escolta dos detentos ao hospital somente acontecerá com o acompanhamento de pelo menos dois servidores. As transferências também seguem esta mesma determinação. “Vamos cumprir rigorosamente o que está previsto na lei. Só aquilo que é possível fazer. É uma falta de respeito o que o governo está fazendo com nossa categoria” afirma.
A principal reivindicação da categoria é a retirada do projeto que altera os turnos de trabalho nas penitenciárias, incluído no pacote de medidas do governo do estado e que será votada na Assembleia Legislativa. Segundo Oscar, os servidores trabalham em plantões de 24h por 72h de descanso. Com aprovação do projeto o turno passa a ser de oito horas diária. “Não temos efetivo suficiente para atender esta demanda. Tem colega que mora a 200 quilômetros de Passo Fundo, terá de se mudar para cá” afirma.
Outra preocupação do sindicalista é a proposta que transforma o agente em guarda prisional. “Dentro de seis meses eles privatizam o serviço. Vão colocar vigilantes nas cadeias”protesta. O descumprimento da decisão do desembargador Hermann prevê o pagamento dem ulta de R$ 50 mil por dia.