Um encontro no dia 31 de março no Rio Grande do Sul foi agendado entre o governador José Ivo Sartori e o presidente argentino, Maurício Macri, durante encontro em Brasília nesta terça-feira (7). O Encontro Brasil Sul e Argentina vai reunir governadores de províncias argentinas e governadores de estados brasileiros do Sul. Pelo governo federal, participa o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha.
A convite do presidente Michel Temer, Sartori esteve em encontro de trabalho seguido de almoço, no Palácio do Itamaraty, nesta terça-feira, para acompanhar a primeira visita oficial do presidente argentino ao Brasil. Durante o evento em Brasília, o governador sugeriu uma agenda de integração econômica para aumentar a competitividade no mercado internacional.
Ao cumprimentar Macri, Sartori citou resultados alcançados na missão que liderou à Argentina, em 2016. "Estive em Buenos Aires conversando com autoridades de diversas áreas, entre elas a governadora María Eugenia Vidal e a chanceler Susana Malcorra. Alinhavamos parcerias, pois queremos dar 'peso' à região Sul, fortalecendo a economia e proporcionando mais destaque no cenário internacional".
Entre os exemplos citados pelo governador gaúcho, está a cooperação na área da proteína animal. A intenção é potencializar a participação agropecuária do Rio Grande do Sul, em conjunto com a Argentina, no mercado mundial de alimentos. O alvo é a exportação para países da Europa Ocidental e Sudeste Asiático, entre outros.
Sartori garantiu que essa aproximação entre o Rio Grande do Sul e o país vizinho deve ter continuidade. "Estamos programando uma nova visita à Argentina, que será definida em conjunto com o Itamaraty. Há potencial na área cultural, turística, acadêmica, de transportes, na ciência e tecnologia e também na vitivinicultura", salientou. Para o governador, a posição geográfica do Rio Grande do Sul auxiliará no processo de fortalecimento das relações bilaterais.
Participaram do almoço o ministro das Relações Exteriores do Brasil, José Serra, ministros, governadores, senadores, embaixadores, lideranças políticas, empresariais e religiosas.
Relação Brasil x Argentina
Macri chegou ao Brasil no final da manhã desta terça-feira (7), quando foi recebido por Temer, no Palácio do Planalto. Na reunião, da qual participaram autoridades de ambos os países, abordou-se o comércio bilateral, a eliminação de barreiras e o fortalecimento do Mercosul. Os presidentes assinaram acordos para ampliar parcerias e garantir melhor participação econômica em outros blocos, como a União Européia.
Dados disponíveis do Ministério das Relações Exteriores apontam a Argentina como um dos principais parceiros sociopolíticos e comerciais do Brasil. Para o Itamaraty, a manutenção da relação entre os dois países é um dos maiores objetivos da política externa brasileira, para promover a integração econômica, política, social e cultural da América Latina e também contribuir para um desenvolvimento econômico e sustentável.
Em 2016, a soma das exportações e importações entre o Brasil e a Argentina atingiu US$ 22,5 bilhões, com superávit de US$ 4,333 bilhões para o Brasil. As empresas brasileiras venderam para a Argentina, no ano passado, principalmente automóveis de passageiros (25% do total das exportações brasileiras para o país), veículos de carga (8,8%) partes e peças de veículos (6,5%), e outros produtos manufaturados (4,7%).
Relação Rio Grande do Sul x Argentina
A Argentina é o maior parceiro do RS no Mercosul. De acordo com os dados da balança comercial de 2015 (MDIC), o país vizinho foi o segundo principal destino das exportações gaúchas (7,26%), totalizando US$ 1,27 bilhão, e a principal origem de importações do estado (18,7%), o que representou US$ 1,85 bilhão.
Os principais produtos exportados pelo Rio Grande do Sul para Argentina são: automóveis de passageiros (16%), polímeros de etileno em formas primárias (16%), partes e acessórios de veículos automotivos (8%) e máquinas e aparelhos para colheita ou debulha de produtos agrícolas (6%).
Os principais produtos importados da Argentina são: veículos para transporte de mercadorias (50%), automóveis de passageiros (16%), trigo e mistura de trigo com centeio (4%) e cevada (4%).