m busca de novos investimentos para o setor carvoeiro do Rio Grande do Sul, o governador José Ivo Sartori e o secretário de Minas e Energia, Artur Lemos Júnior, receberam nesta sexta-feira (17) uma comitiva de empresários da Copelmi Mineração, no Palácio Piratini. A audiência tratou da intenção de instalação de um parque carboquímico na Região do Baixo Jacuí, uma projeção de investimento de US$ 4,4 bilhões (mais de R$ 13 bilhões), conforme previsão de consultores internacionais.
A proposta foi entregue após as secretarias de Minas e Energia e de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia receberem o resultado de um estudo que atesta a viabilidade da construção de um complexo industrial a partir de uma política carboquímica, ou seja, a base do uso de carvão verde, extraído com o mínimo de danos ao meio ambiente.
"Sabemos da dificuldade e também dos acordos internacionais para a redução de gases nocivos ao meio ambiente. Estamos buscando novos mercados para o carvão uma vez que em 2019, vencendo o contrato com a Bolívia, essa poderá ser uma solução caseira para a internalização da arrecadação de ICMS e também de fornecimento desse insumo, de grande importância para a indústria gaúcha", explica Lemos Júnior.
Para a carboquímica, os insumos como gás metanol e fertilizantes, em parte importados pelo estado, foram considerados viáveis para exploração em território gaúcho. Sendo assim, os empresários buscam parcerias para construir um parque onde seja feita a gaseificação do carvão para produção e comercialização de gás natural.
A pesquisa foi realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) e Sindicato Nacional da Indústria de Extração de Carvão (Sniec), considerando que o estado tem a maior reserva de carvão mineral do país (90%).
Parceria com companhias gaúchas
A Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) e a Companhia Riograndense de Mineração (CRM) são parceiras potenciais para a Copelmi. Além do projeto ter atratividade para investidores pela questão da sustentabilidade, o complexo pode demandar matéria-prima, o que possibilitaria a oferta do mineral extraído pela CRM e também o gás natural poderia ser comercializado para a Sulgás.
Conforme o diretor de Novos Negócios da empresa, a intenção é vender 1,5 milhão de metros cúbicos de gás por dia para a companhia estadual. "O projeto é mais competitivo que o gás importado, o GNL, porque como no futuro o Brasil poderá não ter gás e provavelmente terá que importar, temos uma condição melhor de preço e atratividade nessa base", complementou.
A empresa desenvolve o projeto desde 2014 e já possui parceria com uma empresa coreana que deve participar com 30% no investimento. A intenção é começar a construção a partir de 2018, com prazo de três anos para conclusão da mina.