A colheita de grãos no Rio Grande do Sul está praticamente encerrada, com a soja atingindo 99% da área, o milho, 96% das lavouras, e o arroz, 97%, com algumas poucas lavouras no Sul e Campanha em final de maturação. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater, o feijão da 2ª safra é a única cultura que ainda tem áreas em desenvolvimento. A colheita chega a 55% da área cultivada e o restante está em fase final de maturação. As recentes condições meteorológicas favoreceram a evolução das lavouras.
Quanto às produtividades obtidas nesta safra, todas as culturas apresentaram números superiores ao previsto, projetando uma excelente safra. A estimativa final deverá ser publicada na próxima semana, assim como as primeiras expectativas para a safra de inverno 2017.
Na comercialização, a situação se apresenta de maneira inversa, com os preços registrando valores abaixo dos praticados no ano passado, anulando os ganhos obtidos. É bem provável que o valor bruto da produção deste ano atinja valores semelhantes ou menores. Dessa forma, os agricultores enfrentam problemas na hora de negociar a produção. No milho, por exemplo, além do preço defasado, há problemas de armazenamento, uma vez que a soja tem preferência na ocupação dos silos e armazéns no estado.
Frutas e olerícolas
Citros - Com o final da colheita da bergamota Satsuma, a mais precoce das frutas cítricas, a colheita da bergamota Caí toma impulso no Vale do Caí, em especial nos municípios de Bom Princípio, Brochier, Pareci Novo e São Sebastião do Caí. Essa bergamota é a primeira a ser colhida no grupo das mediterrâneas, que inclui ainda a Pareci e a Montenegrina. O preço médio recebido pelos citricultores por estas primeiras frutas de Caí está em R$ 26,50 a caixa de 25 kg. A bergamota Montenegrina é a mais tardia, e o raleio já está sendo finalizado. O raleio é a retirada de parte das frutas na planta, com o objetivo de evitar a alternância e propiciar um maior desenvolvimento para as frutas que ficam na árvore.
A lima ácida Tahiti, popular limão da caipirinha, tem floração e produção durante todo o ano. Atualmente está no auge da colheita do primeiro semestre. O preço recebido pelo citricultor está em média a R$18,00 por caixa de 25 kg.
Repolho - A cultura se desenvolve sem maiores problemas. No Vale do Caí, a fase é de desenvolvimento vegetativo e colheita. Conforme relato dos produtores, há pouca renovação e formação de novas áreas em função do baixo preço adquirido na última colheita. Apesar da qualidade satisfatória, o excesso de oferta ou a pouca demanda provocam a estagnação do preço e o acúmulo de produtos nas lavouras, inviabilizando a colheita. O preço médio varia de R$ 0,45 a R$ 0,55 a unidade.
Criações
Bovinocultura de leite - A produção leiteira apresentou pequena queda no volume, devido ao fim de ciclo das pastagens de verão, que diminui a oferta de forragens verdes. Estamos no período denominado Vazio Forrageiro de Outono, quando existe pouca oferta de pastagens cultivadas. Para reduzir este vazio forrageiro, além da perenização das pastagens, a semeadura das pastagens anuais de inverno pode ser antecipada para logo após a colheita das lavouras de verão, prática pouco realizada.
Produtores que não fazem um planejamento forrageiro ao longo do ano enfrentam dificuldades em manter a oferta de alimento para o rebanho, o que traz como consequências a diminuição da produção e o aparecimento de leite Lina (Leite Instável Não Ácido).
A Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa no Rio Grande do Sul começou no dia 1º de maio e se estende até o dia 31. Após a imunização, que é obrigatória, o produtor ainda precisa comprovar a vacinação junto à Inspetoria da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi), dentro dos prazos legais, apresentando a nota fiscal da compra e declarando o rebanho vacinado, por categoria e sexo.
Ovinocultura - Neste período do ano os produtores ainda estão envolvidos com a fase de reprodução dos rebanhos, que se aproxima do final. Também são preparadas as ovelhas prenhes, com tosquia pré-parto para retirar a lã em excesso próxima do úbere, para facilitar a primeira mamada dos cordeiros recém-nascidos. Os rebanhos apresentam boa condição nutricional, por causa da grande oferta de pastagens nativas e cultivadas durante a primavera/verão.
Outro problema que preocupa os criadores é a manqueira dos ovinos ou podridão dos cascos, que causa grandes prejuízos e exige monitoramento e controle permanente, principalmente nos períodos de umidade excessiva.
Fonte: Governo do Estado