Na segunda semana de greve, os professores estaduais estiveram ontem concentrados na Praça da Matriz, em Porto Alegre, para pedir o fim do parcelamento dos salários a e a retirada de alguns projetos de lei. O líder do governo, deputado Gabriel Souza, e o chefe da Casa Civil, Fabio Branco, receberam os grevistas. Ficou agendado para amanhã (14), uma reunião com o secretário de Educação, Ronald Krummenauer, e o secretário da Fazenda, Giovani Feltes.
A categoria ainda conseguiu a retirada do PL 148 da pauta de votações da Assembleia Legislativa. Durante a reunião, realizada na Assembleia Legislativa, a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, destacou que mesmo que os educadores queiram voltar às escolas, o governo não possibilita as condições financeiras e psicológicas para isso. “Nós não temos dinheiro e estamos psicologicamente abatidos com tanto desrespeito. Como vamos estar à frente dos nossos alunos? Enquanto não cessar o parcelamento dos nossos salários, não retornaremos. Quanto mais o governo demorar para resolver esta questão, mais está colocando em risco o ano letivo. Quanto mais demorar para acabar com o parcelamento, mais tempo ficaremos em greve e mais dias terão de ser recuperados. Se não tivermos o fim do parcelamento e o pagamento dos juros que estão nos cobrando, não haverá recuperação. O governo já anunciou que deve unir as folhas em setembro. Ou seja, corremos o risco de não receber nada. Voltar agora é fortalecer o governo na mesa de negociação. Não voltar fortalece a ainda mais a nossa categoria. Nossa greve continua, ainda mais forte para impedir o novo parcelamento”, afirmou.
Sefaz garante que quitou salários de agosto
O governo do Estado autorizou o crédito dos valores finais da folha de agosto dos servidores do Poder Executivo. Uma faixa de até R$ 750,00 líquidos por matrícula foi depositada ainda nesta terça-feira (12). Já as duas faixas restantes, uma de até R$ 3.000,00 por vínculo e o saldo, estarão disponíveis para saque na conta dos funcionários logo ao amanhecer desta quarta-feira (13).
A folha líquida para cerca de 344 mil vínculos entre servidores ativos, inativos e pensionistas fechou o mês em R$ 1,143 bilhão (sem considerar as consignações e tributos). Um fator que ajudou na quitação dos salários em um prazo semelhante aos meses anteriores é a liminar conquistada junto ao STF (Supremo Tribunal Federal), que desobrigou o Estado a pagar o serviço mensal da dívida com a União. As parcelas de julho e agosto representariam um desencaixe de R$ 290 milhões.
Agora, a próxima etapa é pagar outros compromissos igualmente vinculados aos salários de agosto, como as consignações bancárias e o IPE-Saúde, que representam mais R$ 254 milhões. A previsão para efetuar estes pagamentos é até o próximo dia 22 deste mês.