Os crimes contra a vida mantiveram, no primeiro bimestre de 2018, a tendência de queda registrada em 2017 no Rio Grande do Sul. O balanço dos dados estatísticos da criminalidade, apresentado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) nesta segunda-feira (12), aponta redução de 63,9% nos índices de latrocínio e 34,5%% nos homicídios, em comparação ao mesmo período no último ano.
Para o secretário Cezar Schimer, os números apresentados refletem o esforço do governo estadual em fornecer os recursos humanos e materiais necessários ao desempenho das funções dos órgãos da Segurança Pública. "Os números absolutos ainda são altos, mas o que vemos é a manutenção de uma curva descendente que comprova a efetividade dos investimentos feitos no reaparelhamento das instituições e no ingresso de novos servidores", afirmou.
O secretário destacou também as ações consideradas estratégicas dentro do contexto de redução dos índices de criminalidade, como as operações da Brigada Militar em zonas de maior incidência criminal, a transferência de líderes do crime organizado para presídios federais e a estruturação das Delegacias de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro. "Foi um processo bem sucedido, que asfixiou o poder financeiro das quadrilhas e desarticulou a cadeia de comando", lembrou.
Demais resultados
Ao todo, 16 indicadores compõem a divulgação oficial da SSP. Eles representam os crimes de maior potencial ofensivo contra a vida e contra o patrimônio. Pela primeira vez, todos índices avaliados registraram queda em âmbito estadual.
Confira os outros 14 indicadores:
- Furto: -16%
- Roubo: -22,5%
- Furto de veículos: -16,2%
- Roubo de veículos: -11,9%
- Abigeato: -30,8%
- Furto de banco: -29,6%
- Roubo de banco: -42,9%
- Roubo de usuários de transporte coletivo: -60,7%
- Roubo de profissionais de transporte coletivo: -32,9%
- Roubo de comércio: -38,5%
- Furto de comércio: -26,7%
- Ameaça contra mulheres: -9,7%
- Estupro de mulheres: -16,3%
- Lesão corporal contra mulheres: -7,9%
Acesse os indicadores gerais e por município.
Reestruturação da inteligência
O Observatório Estadual da Segurança Pública (Oesp), responsável pela gestão dos indicadores criminais da SSP, está aprimorando as ações e reforçando o quadro de servidores. Para qualificar ainda mais a análise dos dados, a SSP recebeu o aporte de dois engenheiros de produção do quadro geral de servidores do Estado e dois técnicos da Fundação de Economia e Estatística (FEE).
Com o mesmo intuito, foram firmados convênios com a Universidade Autônoma de Lisboa, com a Uniritter, com a Faculdade de Direito de Santa Maria (Fadisma) e com o Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (Imed). As parcerias visam a produção de conhecimento científico e a elaboração de políticas públicas mais alinhadas com a realidade do RS.
Anteriormente, os dados eram divulgados com periodicidade semestral. Na atual gestão da SSP, a divulgação se tornou trimestral. Com o incremento de servidores no Oesp, foi possível diminuir o tempo entre a publicação dos indicadores para a bimestralidade. "Pretendemos, ainda este ano, estabelecer o processo de divulgação a cada 30 dias, sendo ainda mais transparentes em relação aos indicadores", frisou Schirmer.
Modernização
Um novo sistema de gestão de dados foi implantado no Oesp, com o intuito de agilizar e facilitar a visualização das estatísticas de criminalidade em todos os municípios. O software Qlikview também será difundido para todos os gestores de segurança do RS, que poderão acessar e acompanhar os dados em tempo real, atualizados diariamente.
A ação segue a diretriz de explorar ao máximo o uso da tecnologia na elaboração de estratégias no combate à criminalidade adotada pela pasta. O Qlikview é uma solução desenvolvida para aperfeiçoar os processos de gestão operacional e administrativa, aprimorando o controle dos indicadores criminais.
A aquisição do software contou com o aporte de recursos do Programa de Oportunidades e Direitos (POD), parceria do governo do Estado com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O investimento foi de R$ 1,5 milhão - R$ 1,2 milhão na compra da licença de uso e R$ 300 mil em consultoria e capacitação de servidores.