Em poucos dias, as principais culturas de verão terão sua safra concluída, pois faltam poucas áreas a serem colhidas no Estado: 1% da cultura de arroz; 2% de soja e de milho. Segundo o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, os resultados apontam para uma safra do arroz de boa produtividade, acima dos 7,5 toneladas por hectare. O que continua a preocupar a classe produtiva é o valor da saca de arroz recebido pelo produtor, impossibilitando-lhes de fazerem investimentos nas lavouras.
Na cultura do milho, restam praticamente as lavouras cultivadas do segundo plantio. A produtividade das áreas já colhidas permanece em torno de 105 sacas por hectare, de boa qualidade. A falta de chuvas está prejudicando o desenvolvimento da cultura nos diferentes estágios atuais e poderá reduzir os rendimentos das áreas não colhidas no segundo plantio. A comercialização atinge aproximadamente 70% da safra em andamento. Os negócios andam estáveis, com os produtores aguardando melhor definição do mercado e esperando o resultado do desenvolvimento da safrinha brasileira e das condições da safra americana.
A soja também está praticamente toda colhida no RS, restando apenas parte de lavouras nas regiões Sul, Campos de Cima da Serra e Fronteira Noroeste. A produtividade se aproxima de três toneladas por hectare, obtidas dentro do esperado, mas com grande variação entre lavouras e época de plantio.
Nas regiões de maior área de lavouras da principal cultura de inverno, o trigo, a tendência dos últimos dias é de aumento da procura por sementes, devido ao estímulo do bom preço do momento, junto à perspectiva de um ano comercial melhor do que ao da safra passada. A área total do Estado ainda não está definida, mas já não é tão definitiva a redução prevista anteriormente.
Fruticultura
Na região Serrana, as condições climáticas de abril e maio, com altas temperaturas e completa ausência de frio e baixos volumes de precipitações, vem impondo um panorama completamente inusitado e adverso ao normal desenvolvimento da cultura. Mesmo em locais de média-alta altitude, variedades precoces já se encontram em florescimento. Pontos mais quentes, como nos vales de rios, produtores já iniciam os primeiros tratamentos nos pessegueirais, pois as frutas já estão no começo do desenvolvimento. A cultura do morango encontra-se em plena fase de plantio. No cultivo de chão registram-se muitas perdas de mudas pela condição de falta de umidade e desatenção. Alguns casos chegam a 60% de perdas. Relatos de perdas também em substrato, quando foram utilizadas mudas de raiz nua.