Os crimes contra a vida mantiveram nos cinco primeiro meses de 2018 a tendência de queda no Rio Grande do Sul. O balanço dos dados estatísticos da criminalidade, apresentado pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) na sexta-feira (08), aponta redução de 34,4% nos índices de latrocínio e 26,3% nos homicídios, em comparação ao mesmo período no último ano.
Em Porto Alegre, as ocorrências de homicídio doloso diminuíram 19,7% e as de latrocínio 22,2%. A diminuição do número de vítimas fatais nos índices de homicídio doloso também se manteve, chegando a 25,1% no Estado e 16,3% na capital - um total de 343 mortes a menos no RS e 52 vítimas a menos em Porto Alegre, em comparação com o mesmo período em 2017.
De acordo com o secretário Cezar Schimer, as ações promovidas pelo governo do Estado possibilitaram a manutenção da queda dos indicadores, principalmente, o ingresso de novos servidores e o investimento no reaparelhamento das instituições. "O caminho a ser percorrido ainda é longo, pois uma realidade como a que o RS e o Brasil vivenciam leva tempo ser significativamente alterada. Porém, temos confiança de que será possível, até o final de 2018, atingirmos um patamar ainda mais positivo. A abertura de novas vagas no sistema penitenciário e o reforço nos recursos humanos e materiais das nossas corporações surtirão efeitos em curto prazo", assegurou.
Divulgação oficial
Em 2016, a divulgação dos indicadores da criminalidade era semestral. A partir da mudança na gestão da SSP, passou a ser trimestral. Com as medidas adotadas pelo secretário Cezar Schirmer, como a reestruturação do Observatório da Segurança Pública, foi possível reduzir o espaço de tempo entre as divulgações. A partir de maio, os dados passaram a ser publicados no site da SSP mensalmente.
Ao todo, 17 indicadores são analisados. Eles representam os crimes de maior potencial ofensivo contra a vida e contra o patrimônio. Apenas um índice avaliado registrou alta em âmbito estadual: o estupro de mulheres.
Confira a relação completa dos indicadores:
Homicídio doloso: - 26,3%
Latrocínios: - 34,4%
Furtos: - 14,6%
Abigeato: - 31,5%
Furto de veículos: - 16,9%
Roubos: - 22,6%
Roubos de veículos: - 9,8%
Estelionato: - 7,1%
Furtos de bancos: - 28,8%
Roubo de bancos: - 6,9%
Furto de comércio: - 22%
Roubo de comércio: - 31,4%
Roubo de usuários de transporte coletivo: - 56,4%
Roubo de profissionais de transporte coletivo: - 33,4%
Ameaça contra mulheres: - 3,1%
Lesão corporal contra mulheres: - 2,4%
Estupro de mulheres: 8%
Reestruturação de observatório
O Observatório Estadual da Segurança Pública (Oesp), responsável pela gestão dos indicadores criminais da SSP, está aprimorando suas ações e reforçando seu quadro de servidores. Para qualificar ainda mais a análise dos dados, a SSP recebeu o aporte de dois engenheiros de produção do quadro geral de servidores do Estado e dois técnicos da Fundação de Economia e Estatística (FEE).
Com o mesmo intuito, foram firmados convênios com a Universidade Autônoma de Lisboa, com a Uniritter, com a Faculdade de Direito de Santa Maria (Fadisma) e com o Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (Imed). As parcerias visam a produção de conhecimento científico e a elaboração de políticas públicas mais alinhadas com a realidade do RS.
Qlikview
Um novo sistema de gestão de dados foi implantado no Oesp, com o intuito de agilizar e facilitar a visualização das estatísticas de criminalidade em todos os municípios do Estado. O software Qlikview também será difundido para todos os gestores de segurança do RS, que poderão acessar e acompanhar os dados em tempo real, atualizados diariamente.
A ação segue a diretriz de explorar ao máximo o uso da tecnologia na elaboração de estratégias no combate à criminalidade adotada pela pasta. O Qlikview é uma solução desenvolvida para aperfeiçoar os processos de gestão operacional e administrativa, através do aprimoramento do controle dos indicadores criminais.
A aquisição do software contou com o aporte de recursos do Programa de Oportunidades e Direitos (POD), parceria do governo do Estado com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O investimento foi de R$ 1,5 milhão - R$ 1,2 milhão na compra da licença de uso e R$ 300 mil em consultoria e capacitação de servidores.