A tecnologia a serviço da saúde já é uma realidade, mas essa relação pode evoluir muito mais. A dificuldade é fazer os setores envolvidos conversarem e conhecerem melhor as necessidades, as dificuldades e os potenciais de cada um. Promover a integração entre hospitais, universidades, empresas, parques tecnológicos e outras instituições é a principal característica de uma iniciativa que nasceu em 2015, no Rio Grande do Sul, e que está ganhando cada vez mais força: o Cluster de Tecnologias para a Saúde RS.
Em reunião de trabalho, nesta quinta-feira (12), na sede do Badesul, em Porto Alegre, foi apresentado aos participantes e ao governador José Ivo Sartori o balanço das atividades até agora. No Rio Grande do Sul, o projeto já envolve 600 pessoas, 190 empresas e 50 instituições.
Integrantes do Cluster fizeram uma retrospectiva das ações entre 2015 e 2018, apresentaram cases de empresas participantes, projetos de instituições parceiras e uma projeção dos próximos passos. Em comum, aparecem o uso da informática e de sistemas digitais para qualificar e agilizar os serviços de saúde. Um dos exemplos citados foi a atuação do núcleo Softwarelab, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), que produz pesquisa de software aplicada à área. O objetivo é otimizar o fluxo de trabalho, pessoas e equipamentos em salas cirúrgicas.
Coordenado pela Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (Sdect), o Cluster é um projeto coletivo, baseado em parcerias, com o desafio de fomentar um ambiente de tecnologia e de inovação especializado em saúde humana. Essa visão ficou mais clara a partir da assinatura do Memorando de Entendimento entre o Medical Valley, na cidade de Erlangen, na Alemanha, e o governo do Estado em abril de 2015. Em outubro de 2016, foi assinado um contrato com o Medical Valley, através da Capes, para repasse de conhecimento e consultoria. Empresas gaúchas e alemãs já se uniram para criar novos produtos com tecnologia de ponta. Países como Holanda e Irlanda também já fizeram contato com os gaúchos.
Todos os projetos que estão sendo desenvolvidos no âmbito do Cluster chegam para ajudar os pacientes, facilitar o trabalho dos profissionais, diminuir os custos dos hospitais e, assim, permitir que mais pessoas tenham acesso às novas tecnologias. Segundo a gestora executiva do Cluster, Sandra Schafer, esse esforço conjunto permite pensar em uma economia da saúde.
"Estamos acostumados a falar do setor calçadista, do setor metalmecânico, do setor agropecuário, mas não falamos do setor da saúde como indústria, como gerador de emprego e renda. As empresas querem crescer, os hospitais precisam melhorar, as universidades devem desenvolver novas pesquisas. Mas só é possível chegar a esse patamar se formos capazes de reter os nossos talentos no estado, trabalhando e criando novos produtos aqui, sendo incentivados a ficar", explicou.
Projeto de tecnologia na saúde já envolve quase 250 parceiros no RS
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