Comitê reforça combate à sonegação e a fraudes fiscais

Na prática, a medida fortalece e organiza uma parceria que já existe entre a Sefaz, a PGE e e o Ministério Público Estadual

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Empresas que sonegam impostos e cometem fraudes contra os cofres públicos estão na mira de uma força-tarefa criada nesta terça-feira (14). Um decreto, assinado pelo governador José Ivo Sartori, no Palácio Piratini, oficializa o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado do Rio Grande do Sul (CIRA-RS). Na prática, a medida fortalece e organiza uma parceria que já existe entre a Secretaria da Fazenda (Sefaz), a Procuradoria Geral do Estado (PGE) e o Ministério Público Estadual.

 

O trabalho vai se concentrar em um grupo operacional formado por representantes das três instituições, como, por exemplo, técnicos e fiscais da Receita Estadual, procuradores e promotores de Justiça. Isso vai permitir uma troca maior de informações e, assim, criar condições melhores para combater a sonegação fiscal, as fraudes estruturadas, o enriquecimento ilícito e a concorrência desleal. A Sefaz tem o papel de fiscalizar e fornecer os dados. A PGE faz a cobrança judicial dos valores devidos. O Ministério Público atua nos casos em que há configuração de crime. 

 

Segundo o secretário da Fazenda, Luiz Antônio Bins, o foco é garantir que os valores sonegados sejam devolvidos ao Estado, algo que nem sempre é fácil. “A Receita Estadual identifica uma prática de sonegação e já faz um contato imediato com a PGE e com o MP, para que se tente identificar os motivos dessa sonegação e se isso configura uma fraude estruturada, com esquema de quadrilha, por exemplo. 

A partir daí, vamos interagir para ver os bens que a empresa eventualmente tenha, para que se possa tomar medidas judiciais cabíveis o mais rápido possível. Ou seja, bloquear patrimônio dos sonegadores e fraudadores para garantir o pagamento dos valores ao Estado. Porque hoje a grande dificuldade é esta: se verifica a sonegação de tributos, se identifica quem sonegou, se identifica o montante sonegado e, muitas vezes, não se consegue cobrar porque o contribuinte não tem mais bens. Então, a ideia é atuar desde o início”, explica Bins. 

 

De acordo com a Sefaz, só em 2017, a receita identificou 2 mil casos de sonegação, totalizando R$ 3 bilhões que deixaram de ser pagos. Uma parte já foi recuperada, cerca de R$ 1,6 bilhão. Mas o secretário destaca que a maior parte da população cumpre com suas obrigações fiscais. “Estamos valorizando os bons contribuintes, que são a grande maioria. O problema é que a parcela que sonega e pratica atividades ilícitas tem uma representatividade importante no âmbito fiscal do Rio Grande do Sul”. 

 
Para o procurador-geral do Estado, Euzébio Ruschel, o comitê consolida uma parceria, "e vai ampliar a cobrança judicial da dívida ativa, que é tudo aquilo que  Estado tem para cobrar e receber”. O procurador-geral de Justiça, Fabiano Dallazen, salienta que a união de instituições do Estado beneficia a sociedade. “O comitê vai atuar de forma organizada, elegendo quais os principais alvos que merecem a nossa atuação, tanto para responsabilizar os sonegadores e fraudadores quanto para recuperar o valor devido por eles”.
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