Técnicos do Ministério da Saúde (MS) estiveram reunidos ontem (16) com profissionais do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) e de municípios da Região Metropolitana para discutirem ações de enfrentamento ao sarampo. No Rio Grande do Sul são 37 casos confirmados em 2018. O estado não registrava casos desde 2011. No Brasil há mais de 2 mil casos confirmados no ano. O panorama atual ameaça o país a perder o certificado internacional de área livre da doença, que havia sido obtido em 2016.
Entre os municípios representados por técnicos das vigilâncias epidemiológicas e dos núcleos de imunizações, estava Porto Alegre, que registra até o momento 30 dos 37 casos confirmados no RS. Além da capital, participaram da reunião técnicos de Canoas, Alvorada, Viamão, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Sapucaia do Sul, Esteio, Gravataí, Cachoeirinha, Campo Bom, Estância Velha, Sapiranga, Guaíba, Eldorado do Sul, Charqueadas e São Jerônimo.
A Secretaria Estadual da Saúde (SES), por meio do Cevs, vem nos últimos meses trabalhando na sensibilização dos profissionais de todos os serviços de assistência da rede pública e privada sobre o cenário atual da doença. A orientação aos profissionais de saúde é que estejam atentos aos sintomas e critérios de casos suspeitos, notificando essas ocorrências às secretarias municipais de saúde e ao Estado.
A melhor forma de evitar surtos de doenças imunopreveníveis é manter a população protegida através da vacinação. Neste sentido, é fundamental a realização de bloqueio vacinal seletivo mediante identificação de casos suspeitos.
Casos suspeitos
É considerado como caso suspeito de sarampo todo indivíduo que, independente da idade e situação vacinal, apresentar febre e exantema maculopapular (manchas vermelhas na pele), acompanhados de um ou mais dos seguintes sintomas: tosse, coriza e/ou conjuntivite. É importante que no processo de investigação se identifique história de viagem ou contato com viajantes para áreas com circulação do vírus, nos últimos 30 dias.
Campanha para as crianças
Mais de 95% das crianças gaúchas maiores de um ano e menores de cinco tomaram as vacinas que protegem contra a poliomielite e o sarampo durante a campanha de vacinação deste ano, ocorrida entre agosto e setembro. Ao todo, foram mais de 510 mil doses aplicadas. Passado o período de campanha, a vacina tríplice viral (que protege contra o sarampo, tétano e coqueluche) está disponível nas Unidades Básicas de Saúde para as crianças de um ano de idade (12 meses) e um reforço com a tetraviral (que protege também contra a varicela), aos 15 meses de idade.
Situação no país
Na reunião, representantes do Grupo Técnico de Doenças Exantemáticas do MS apresentaram um panorama do sarampo no país. Entre os dez estados que registraram a doença, a situação é mais preocupante no Amazonas, com mais de 1,6 mil casos confirmados, sendo que a capital, Manaus, já está próxima dos mil casos. No estado do Norte há, ainda, 7,8 mil casos em investigação.
Roraima, também no Norte do país, é o segundo estado com maior número de casos confirmados no ano, 330 até o momento, sendo 63% em venezuelanos que imigraram para o Brasil ou circulam de um país ao outro pela fronteira. Os dois estados somam dez dos 12 óbitos que já foram registrados no país no ano. Os outros dois foram no Pará.
