Os crimes no campo estão em queda no Rio Grande do Sul. Dados do setor foram divulgados no ‘Debate Segurança no Campo’, realizado na tarde desta segunda-feira (11), no Auditório da Produção, da Expodireto Cotrijal. Os avanços foram conquistados devido a criação das Delegacias de Polícia Especializadas na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab).
Conforme o vice-governador e secretário estadual de Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, hoje o Estado conta com Decrabs em Santiago, Cruz Alta e Bagé. E a quantidade vai aumentar. "Estamos estudando a criação de uma unidade em Uruguaiana. Já foi criada uma Decrab em Camaquã, mas ainda não foi instalada", comenta o vice-governador.
As Decrabs surgiram a partir das discussões iniciadas na Frente Parlamentar de Combate aos Crimes Agropecuários (FPCCA), iniciada em agosto de 2017. As delegacias diferenciam-se por realizarem um trabalho integrado entre Polícia Civil, Brigada Militar, Vigilância Sanitária, Sindicatos Rurais, entre outros órgãos.
As Decrabs surgiram em abril de 2018 e, segundo o presidente da FPCCA, deputado estadual Sérgio Turra, os resultados são expressivos. "Nos últimos dez meses ocorreu uma redução de 30% nos crimes no campo. Comparando apenas os meses de janeiro de 2018 e 2019, a queda foi de 43%", expõe Turra.
Impacto no meio ambiente
O superintendente de Produção Agropecuária da Cotrijal, Gelson Lima, participou do seminário e alertou sobre os riscos de se utilizar produtos contrabandeados, roubados ou pirateados. "Há uma maior insegurança para os produtores e um grande risco ambiental", indica Lima.
O gerente de Segurança Brasil da Syngenta, Daniel Nascimento, corroborou com as informações de Lima, ressaltando a gravidade da situação. "O problema está no descarte das embalagens de produtos ilegais. Quem adquire não está preocupado em fazer a destinação correta", relata Nascimento.
De acordo com dados do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), a não destinação ambientalmente adequada das embalagens de defensivos ilegais equivale a, em um ano, 19 mil toneladas de CO², 37 mil barris de óleo, 81 árvores abatidas e cinco meses de geração de lixo de uma cidade de 500 mil habitantes.