A Campanha Nacional de Vacinação contra a gripe começou nesta quarta-feira (10/4). O lançamento oficial ocorreu em Porto Alegre, com a presença do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, acompanhado do governador Eduardo Leite e do prefeito da capital, Nelson Marchezan Júnior.
Em um primeiro momento, até 18 de abril, a imunização focará crianças (maiores de seis meses e menores de seis anos) e gestantes (de qualquer período de gravidez) – grupos mais vulneráveis às complicações causadas pela influenza. Uma das novidades deste ano é a ampliação da faixa etária do público-infantil, de até cinco anos para até menores de seis anos.
Em todo o país, o Ministério da Saúde pretende vacinar 58,6 milhões de pessoas até 31 de maio e, para isso, enviou 63,7 milhões de doses de vacinas aos estados. No RS, mais de 3,7 milhões de pessoas estão elegíveis para a campanha. Os demais grupos prioritários (veja abaixo) poderão se vacinar a partir de 22 de abril.
“Vacinar é um direito das crianças e um dever dos pais e responsáveis”, afirmou o ministro. Mandetta também reforçou o Movimento Vacina Brasil, lançado na terça-feira (9), em Brasília. A iniciativa do governo federal quer reverter o quadro de queda das coberturas vacinais no país nos últimos anos. O movimento será difundido ao longo do ano, reunindo uma série de ações integradas entre órgãos públicos e empresas, para conscientizar a população sobre a importância da vacinação. Além disso, gestantes e crianças poderão atualizar as vacinas previstas na Caderneta de Vacinação.
Reiterando o apelo do ministro, Leite convidou pais e responsáveis para levarem crianças aos postos de saúde do RS. O governador também se mostrou comprometido a, durante a gestão, saldar a dívida com municípios (R$ 600 milhões) e com hospitais (R$ 480 milhões). “Estamos focando o cumprimento dos repasses. Os municípios não recebiam desde junho, e os hospitais, desde setembro”, comentou.
RS pede elevação do MAC
O governador aproveitou a visita de Mandetta para entregar ao ministro documento solicitando um aporte mensal de recursos do Tesouro Nacional a fim de custear a integralidade da produção de serviços de média e alta complexidade apresentadas pelos prestadores do Sistema Único de Saúde (SUS). O Teto Financeiro de Média e Alta Complexidade (MAC), hoje repassado pelo Fundo Nacional de Saúde, não contempla a totalidade dos atendimentos e dos procedimentos executados pelo SUS.
Ainda durante o evento de lançamento da campanha de vacinação contra a gripe, o Ministério da Saúde anunciou o repasse de R$ 17,3 milhões em duas portarias que estabelecem recursos para habilitações de serviços que beneficiam hospitais e municípios do RS. Foram contemplados Arvorezinha, Caxias do Sul, Esteio, Novo Hamburgo, Passo Fundo, Porto Alegre, Rio Grande, Santa Cruz do Sul, Três de Maio e Viamão.
Campanha deve começar antes em 2020
Neste ano, até 23 de março, foram registrados 255 casos de influenza em todo o país, com 55 óbitos. O subtipo predominante é influenza A H1N1, com 162 casos e 41 óbitos. O estado do Amazonas apresenta a maior circulação do vírus, registrando 118 casos e 33 mortes. Sendo assim, a campanha de vacinação no Amazonas começou mais cedo, em março. De acordo com o ministro da Saúde, a ideia é que, no próximo ano, a campanha se inicie em março também na Região Sul, onde, tradicionalmente, o inverno é mais rigoroso.
Em 2018, foram aplicadas 3,61 milhões de doses no RS. O Estado registrou 623 casos e 98 óbitos de influenza. Em 85% dos óbitos, as vítimas pertenciam aos grupos de risco e, desse percentual, apenas 18% haviam se vacinado. O ano de 2018 registrou aumento superior a 100% no número de mortes por gripe, passando de 48, em 2017, para 98.
Grupos que podem receber a vacina a partir de 10 de abril:
– Crianças de seis meses a menores de seis anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias)
– Gestantes (em qualquer idade gestacional)
Grupos que podem receber a vacina a partir de 22 de abril:
– Crianças de seis meses a menores de seis anos de idade (5 anos, 11 meses e 29 dias)
– Gestantes (em qualquer idade gestacional)
– Puérperas (mulheres até 45 dias após o parto)
– Pessoas com 60 anos ou mais
– Povos indígenas aldeados
– Trabalhadores de saúde dos serviços públicos e privados
– População privada de liberdade e funcionários do sistema prisional
– Professores de escolas públicas e privadas
– Portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais: doenças crônicas respiratórias, cardíacas, renais, neurológicas ou hepática; diabetes; imunossupressão; obesidade; transplantados ou pessoas com trissomias (alterações genéticas congênitas).