A população de idosos do Rio Grande do Sul irá mais do que duplicar no período de quatro décadas. Em 2060, a proporção de pessoas com idade acima dos 65 anos saltará dos atuais 12,7% para 29%, em um processo de envelhecimento provocado por fatores como a baixa fecundidade, migrações de jovens para outros Estados e expectativa de vida acima da média nacional.
Esse cenário fica mais evidente quando é estimado o recuo da faixa etária de zero a 14 anos. Em 2019, representa 18,3% da população do RS, caindo para 14% em quatro décadas. No país, essa redução também é acentuada: de 21,1% para 14,7% dos brasileiros. Com isso, a população considerada potencialmente ativa (entre 15 e 64 anos) sofrerá queda acentuada na projeção para 2060, ficando em 57%. Atualmente, a proporção é de 69%.
Esses números integram um estudo divulgado pela Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag) sobre o cenário demográfico do RS e do Brasil, que aponta para importantes desafios ao longo dos próximos 40 anos. “A sociedade gaúcha precisa olhar para a realidade demográfica e se preparar para os desafios que não serão apenas do governo”, destaca a secretária Leany Lemos.
Para a titular da Seplag, os desafios vão além da atenção à população idosa, como serviços de saúde e assistência social, assim como os reflexos na questão previdenciária. “Faltará mão de obra. O Rio Grande do Sul precisará atrair pessoas”, resume Leany diante da necessidade de o Estado reverter uma curva negativa em termos de fluxo migratório.
População apta para trabalhar
O alerta da secretária fica mais evidente quando o estudo elaborado pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), a partir do trabalho do estatístico Pedro Zuanazzi e do economista Bruno Paim, identifica o que se denomina de Razão Dependência dos Idosos, quando é medida a proporção de pessoas de mais de 65 anos com a população entre 15 e 64 anos, refletindo o quanto o primeiro grupo depende economicamente da população apta a trabalhar.
“Como consequência de ter uma população mais envelhecida que o agregado nacional, o Rio Grande do Sul chegaria, em 2060, com um idoso para cada duas pessoas em idade potencialmente ativa. A razão atual no Estado, de 18,4%, só será alcançada no Brasil em meados de 2028”, indica a nota técnica assinada pelos pesquisadores.
Para a secretária, é preciso que o Estado tenha uma visão estratégica para reter talentos e, em especial, para receber novos investimentos. “Mas para isso, nossos ecossistemas precisam ser mais atrativos”, recomenda.
Responsável por conduzir o processo de elaboração do Plano Plurianual (PPA), que apontará as prioridades do Executivo e dos demais poderes para o período de 2020 a 2023, a secretaria vem demandando uma série de estudos junto ao DEE. “Precisamos de um diagnóstico preciso. Quanto mais informação, melhores serão as condições para a tomada de decisão do que é prioritário para recolocar o Rio Grande do Sul no caminho do crescimento”, acrescenta Leany.
Para a secretária, é preciso que o Estado tenha uma visão estratégica para reter talentos e, em especial, para receber novos investimentos. “Mas para isso, nossos ecossistemas precisam ser mais atrativos”, recomenda.
Responsável por conduzir o processo de elaboração do Plano Plurianual (PPA), que apontará as prioridades do Executivo e dos demais poderes para o período de 2020 a 2023, a secretaria vem demandando uma série de estudos junto ao DEE. “Precisamos de um diagnóstico preciso. Quanto mais informação, melhores serão as condições para a tomada de decisão do que é prioritário para recolocar o Rio Grande do Sul no caminho do crescimento”, acrescenta Leany.
Menos nascimentos
O estudo sobre cenário demográfico aborda também outro indicador com forte impacto nas projeções: a Taxa de Fecundidade. Pelas estimativas do estudo, a partir de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os gaúchos têm uma das menores taxas do país, estando atrás apenas de Minas Gerais, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.
Por conta desse cenário, aliado aos demais fatores analisados na pesquisa, o RS acabou esgotando o bônus demográfico (caracterizado como o período no qual a Razão de Dependência total é decrescente), quatro anos antes do que registrado em nível nacional. No Brasil, a Taxa de Fecundidade está abaixo do patamar de reposição desde 2005.