A tecnologia é uma das principais aliadas no combate à criminalidade no RS. No Departamento de Controle Integrado (DCCI), que fica na sede da Secretaria da Segurança Pública (SSP), em Porto Alegre, 30 servidores atuam no videomonitoramento de 1.118 equipamentos espalhados por todo o Estado.
O resultado desse trabalho coordenado entre os operadores das câmeras e a Brigada Militar resultou na prisão de 262 pessoas em 2019. Entre os principais crimes, posse de armas, tráfico de drogas, roubos e furtos. Em alguns casos houve a detenção de foragidos do sistema prisional.
Foragido é reconhecido pela tatuagem
Sentado à mesa de um bar na Praça XV, no centro da capital, um homem mexe no telefone e conversa tranquilamente com uma mulher que carrega uma criança de colo. Ele nem imagina, mas é monitorado por olhos atentos que, a dois quilômetros dali, no DCCI, o observam no vídeo transmitido por uma câmera instalada na praça.
Com a imagem aproximada, uma tatuagem no pescoço denuncia que se trata de Luka Nago Tavares Favila, 31 anos. Ele é condenado por homicídio, investigado por tráfico e outro assassinato, e estava foragido do sistema prisional desde 27 de junho de 2018, quando não se apresentou para instalar a tornozeleira eletrônica. Em cerca de 20 minutos, uma dupla de policiais militares aborda Favila, confirma sua identidade e encerra sua temporada de fuga naquela tarde de 22 de fevereiro.
O caso de Favila é apenas um dos atendidos pelas equipes de videomonitoramento da SSP, que atua 24 horas por dia. Os servidores acompanham as imagens em tempo real, com possibilidade de movimentar o enquadramento e dar zoom para aumentar a precisão.
Implantado em maio de 2014 para a Copa do Mundo no Brasil, o centro de videomonitoramento do DCCI está interligado com outros órgãos estaduais, federais e municipais. Além dos 52 equipamentos da SSP, o sistema conta com dispositivos da Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC) da capital, da Guarda Municipal de Porto Alegre, de outros 25 municípios, da Trensurb e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Só em Porto Alegre, esse sistema integrado conta com 640 câmeras em diferentes pontos da cidade. No dia 8 de fevereiro, por exemplo, profissionais do videomonitoramento suspeitaram que um homem estivesse armado na Rua Voluntários da Pátria. Após alguns minutos de observação pela câmera na via, confirmou-se que ele escondia sob a roupa, junto à cintura, o que parecia um revólver – mais tarde, verificou-se que era uma arma falsa. Na sequência, uma guarnição da Brigada Militar foi acionada para abordar o suspeiro. Tudo filmado pelo DCCI.
Cercamento eletrônico é fundamental na recuperação de veículos
A vigilância por imagens também tem impacto na repressão de furtos e roubos de veículos na capital. Em parceria com a EPTC, funciona desde agosto de 2018 o cercamento eletrônico, com equipamentos capazes de fazer a identificação de placas relacionadas a registros criminais. São mais de 190 dispositivos – entre câmeras, lombadas eletrônicas e pardais – com a tecnologia que emite alertas ao DCCI e ao Centro Integrado de Comando da Cidade de Porto Alegre (CEIC). Por meio desse sistema, 87 veículos foram recuperados em 2019.