Culturas de inverno começam a tomar forma em diferentes regiões do RS

Tendência de tempo seco permitirá retomada de trabalhos a campo, além de beneficiar plantas pela melhor luminosidade

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A semana que passou foi marcada por tempo chuvoso, impossibilitando a implantação da cultura, aponta o mais recente Informativo Conjuntural da Emater-RS/Ascar. Nas regiões do Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial, foi retomada a dessecação de algumas lavouras no final de semana, sendo necessário o uso sequencial de herbicida, devido à germinação de azevém e aveia nas áreas destinadas ao cultivo do trigo. Nas áreas anteriormente implantadas, há boa emergência (fase logo após a germinação). As plantas melhoram o aspecto visual com a diminuição das precipitações e com a melhor luminosidade ocorridas no fim de semana.

 

Nas regiões da Fronteira Noroeste e Missões, aumentou em um ponto percentual a área plantada, chegando a 9% do total estimado para esta safra. Nessas áreas, a cultura apresenta dificuldade de germinação e emergência em função da pouca luminosidade. As condições ambientais até o momento prejudicaram o desenvolvimento da cultura, aponta o Informativo Conjuntural, divulgado na quinta-feira (6/6).

 

Mesmo assim, está sendo esperada uma produtividade de cerca de 3 mil toneladas por hectare. Produtores das Missões aguardam a presença de sol para fazer a dessecação das lavouras e entrar com a semeadura da cultura. As lavouras implantadas apresentam pouco crescimento em razão da baixa luminosidade e do encharcamento do solo, principalmente em áreas de encostas e baixadas com maior acúmulo de água, onde já é observado o amarelecimento severo das plantas.

 

Nas regiões da Fronteira Oeste e Campanha, a área de trigo prevista para esta safra é de 37.544 hectares. Em São Gabriel, as primeiras lavouras semeadas estão em desenvolvimento vegetativo. Em Maçambará, em torno de 15% da área foi plantada; em Itaqui, 30%; em São Borja, a semeadura da cultura foi iniciada, mas continua lenta em razão da umidade elevada. Em Santana do Livramento, a semeadura ainda não foi iniciada. Há intenção de plantio de aproximadamente 500 hectares no município.

 

Na região Central do Estado, a perspectiva de área de plantio para esta safra de trigo é de cerca de 40 mil hectares, em torno de 10% maior do que a anterior. Foram plantados menos de 5% do total até agora. Os municípios de Tupanciretã, Júlio de Castilhos, Santiago, Capão do Cipó e Jari são responsáveis por 71% da área de trigo da região. Caso o tempo não seja favorável, poderá ocorrer um impacto negativo na implantação das lavouras, pois o longo período de chuva atrasou o plantio e, com isso, alguns produtores podem desistir de implantar a cultura nesta safra.

 

Nas regiões do Médio Alto Uruguai e Rio da Várzea, os produtores pretendem intensificar a semeadura do trigo nessa semana, em razão da previsão climática sem precipitações, o que possibilita a entrada das máquinas para o plantio, com umidade do solo favorável para a operação. O zoneamento agroclimático se iniciou em 21 de maio para a maioria dos municípios dessas regiões.

 

No Alto Uruguai e no Alto da Serra do Botucaraí, os produtores preparam a área para posterior plantio. Na região da Serra e Campos de Cima da Serra, a alta umidade e as chuvas frequentes impediram as operações de dessecação e preparo das áreas para a semeadura, que deverá iniciar assim que a umidade do solo diminuir e permitir a entrada das máquinas.

 

Cevada

Os produtores aguardam condições ideais de umidade do solo para dar continuidade à semeadura. A semana que passou não foi favorável. Nas lavouras já implantadas, há boa emergência (fase após a germinação) de plantas.

 

Produtores do Estado ainda estão em tratativas com a empresa compradora para definir o tamanho da área a ser cultivada, com contratos pré-firmados de preços, variando de R$ 28,00 a R$ 60,00/saca, conforme a classificação, que contempla o aproveitamento dos grãos para diferentes finalidades, desde o processamento para ração animal até a produção de malte.

 

Canola

A alta umidade do solo provocou atraso na implantação e no manejo de ervas na cultura. Nas regiões do Alto Jacuí, Celeiro e Noroeste Colonial, o desenvolvimento inicial da cultura é lento, e as lavouras apresentam elevado ataque de lesmas, levando à necessidade de controle em áreas pontuais.

 

Nas regiões da Fronteira Noroeste e Missões, já foram plantados 77% da área prevista, em fase de germinação e desenvolvimento inicial. Algumas lavouras implantadas precocemente estão em florescimento (7%). Devido ao atraso na semeadura e às previsões climatológicas, pode haver redução da área inicialmente esperada para a oleaginosa.

 

Algumas áreas estão apresentando morte de plantas nas áreas mais úmidas, o que provoca falta de uniformidade nas lavouras, principalmente se as condições climáticas persistirem. Com a volta do clima seco, a tendência é de melhoria das condições sanitárias e de desenvolvimento da canola, inclusive potencializando o início da floração.

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