Em 3 anos, mais de 200 mil vínculos de emprego foram perdidos

Pesquisa mostra a evolução do emprego formal no Estado

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A forte recessão que se abateu sobre a economia brasileira fez com que o estoque de empregos formais, ao final de 2017, recuasse ao patamar de seis anos antes. Mesmo já dando sinais a partir de 2013, os efeitos da crise foram mais sentidos sobre o trabalho assalariado com carteira assinada a partir de 2015 e acarretaram a perda de 206 mil vínculos de emprego num período de três anos.

Os setores que registraram a maior expansão de emprego no período que antecedeu a recessão foram, igualmente, os que mais sofreram os efeitos da crise: material de transporte recuou 32,7%, e a indústria mecânica, 22%, entre 2015-2017. O setor de calçados, que já havia encolhido, perdeu mais 9,7% da força de trabalho formalmente empregada.

Este contraste fica mais visível na série histórica presente no estudo sobre a Estrutura e evolução do emprego formal no RS e em suas Regiões Funcionais (2003-17), desenvolvido pelos analistas pesquisadores Guilherme Xavier Sobrinho e Tomás Pinheiro Fiori. Eles integram a equipe do Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag).

Tendo como base a Relação Anual de Informações Sociais (Rais), de periodicidade anual (e maior precisão estatística), e o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a pesquisa mostra também que os rendimentos do empregado formal gaúcho acompanharam claramente as duas conjunturas cobertas pelo período analisado. Nos 11 primeiros anos, de aquecimento da economia, as remunerações médias no Estado acumularam 38,3% de crescimento real. No cômputo dos três anos seguintes, esse ganho se restringiu a 1,9% .

O trabalho identifica também a evolução do emprego formal em cada região funcional. Com 1,39 milhão de trabalhadores registrados ao final de 2017, a região que compreende Porto Alegre e a área metropolitana concentra quase a metade do emprego formal, porém vem perdendo espaço ainda antes de a recessão bater às portas das empresas. O estudo está na segunda edição da Pesquisa em Pauta, espaço de divulgação para trabalhos desenvolvidos pelo DEE que acompanham a conjuntura econômica do RS.

 

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