Os professores da rede estadual devem entrar em greve por tempo indeterminado a partir da próxima segunda-feira, 18 de novembro. A decisão pela paralisação foi unânime em todos os Núcleos do interior do estado e reafirmada em assembleia geral na quinta-feira, 14, em Porto Alegre. Em Passo Fundo, a expectativa de adesão é boa, mas ainda não há como mensurar em números, de acordo com o diretor do 7º Núcleo do Cpers Sindicato, Guido Lucero.
Durante toda a quinta-feira, os professores protestaram, na Praça da Matriz, em Porto Alegre, contra o Reforma RS. O projeto, apresentado pelo governador Eduardo Leite durante a semana, prevê, entre as ações, uma reestruturação de carreira do magistério gaúcho e de servidores de outros setores, como os da Segurança Pública. O ato serviu como mobilização para a greve da próxima semana.
A reunião dos professores da regional de Passo Fundo foi realizada na noite quarta-feira, 13. Após aprovarem a greve, em torno de 300 educadores partiram para a Capital, em oito ônibus, para protestar e pressionar os deputados a votar contra as mudanças propostas pelo governo Leite. Lucero pontua que são 175 pontos da nova reforma que, além de agravar a situação do parcelamento e defasagem dos salários – há cinco anos sem reajuste – retira direitos dos servidores públicos. “No meu caso, eu perderia, todo mês, R$ 180”, exemplifica o professor.
O Sindicato alega que, entre as mudanças, o pacote acaba com o plano de carreira do magistério, aumento de contribuição para aposentadoria, fim de vantagens temporais e de incorporação de gratificações para a aposentadoria, sem reajuste por tempo indeterminado, entre outros. A medida também deve afetar os profissionais já aposentados que, de acordo com Lucero, devem voltar a contribuir.
Reforma RS
Leite apresentou o conjunto de propostas batizadas de Reforma RS na manhã de quarta-feira, 13, para parlamentares, categorias de servidores, chefes de Poderes e representantes da imprensa. O governador alega que as medidas visam o equilíbrio das finanças. A Reforma RS integra uma série de ações que o governo quer adotar “para enfrentar a crise fiscal e colocar as contas em dia”.
Os projetos da Reforma RS foram protocolados ainda na tarde desta quarta, na Assembleia Legislativa. Os projetos foram protocolados com os seguintes números: PEC - 285/2019; Previdência Civil - 503/2019; Previdência Militar - 504/2019; Estatuto Servidores - 505/2019; Estatuto Militares - 506/2019; Estatuto Magistério - 507/2019; IGP - 508/2019; Aposentadoria especial - 509/2019.
“Pagamos pela crise”
No anúncio da greve, o sindicato alegou que a categoria já paga pela crise fiscal do estado há anos. “Além de aprofundar a política de atrasos e congelamento salariais, o governador quer acabar com o pouco que nos resta, atacando nossos direitos, nossas carreiras e nossos sonhos. O governo fala em crise. Mas já estamos pagando por esta crise há muitos anos”, declaram.