O governador Eduardo Leite divulgou, durante uma coletiva de imprensa, nesta quarta-feira (15), a adoção de um novo decreto para enfrentamento do coronavírus no Rio Grande do Sul. Chamado de “política de distanciamento controlado”, o modelo prorroga até o dia 30 de abril a vigência do decreto já existente no Estado, mas insere a possibilidade de que municípios – que não estejam inseridos nas regiões metropolitanas de Porto Alegre e Serra Gaúcha, onde estão 70% dos casos de coronavírus confirmados no Estado –, mediante análise e justificativa em seus decretos municipais, tenham autonomia para flexibilizar as medidas, permitindo a abertura do comércio. Eles devem, porém, obedecer regras de acesso estabelecidas no novo decreto estadual, que será publicado entre a noite de hoje e a manhã de quinta-feira.
Logo após o pronunciamento do governador, a Prefeitura de Passo Fundo informou que no município o isolamento social deve ser mantido até esta quinta-feira (16). A partir da publicação do novo decreto estadual, serão avaliados quais os requisitos para a possibilidade de alteração no decreto municipal que, até então, prevê o fechamento de estabelecimentos comerciais e de serviços não considerados essenciais. As medidas devem ser anunciadas na quinta-feira. “Em Passo Fundo, analisaremos essas condições do novo decreto, ouviremos os técnicos, os dados serão examinados e, então, vamos decidir. Até lá, o isolamento segue, com as atividades interrompidas”, afirmou o prefeito Luciano Azevedo.
De acordo com o governador, a decisão leva em consideração a evolução da pandemia de Covid-19 no Rio Grande do Sul e, por isso, pode sofrer alterações no próximo mês caso as estatísticas mudem. Entre os dados analisados, estão os do Departamento de Economia e Estatística do Governo do Estado. Eles foram apresentados durante a coletiva e mostram que o Rio Grande do Sul segue trajetória de transmissão menos intensa que a maioria dos estados brasileiros, como São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Ainda conforme o levantamento, o Estado apresenta um número de casos por 100 mil habitantes menor que a média nacional. Enquanto, no Brasil, a média é de 12 casos por 100 mil habitantes, no Rio Grande do Sul a média é de 6,2. “Temos menor taxa de letalidade entre os estados selecionados: 2,6%. Ela é medida pelo número total de óbitos dividido pelo total de casos. O distanciamento social e outros cuidados que temos adotado contribuíram para isso”, afirmou Leite.