Diretores da Secretaria da Saúde (SES) discutiram em webconferência, nesta terça-feira (28), estratégias de prevenção, monitoramento e contenção de surtos do coronavírus em indústrias com representantes de entidades representativas do setor de carnes e derivados, além de deputados estaduais. Casos recentes de transmissão da doença em frigoríficos motivaram a SES a preparar uma portaria com medidas preventivas não apenas para o setor de carnes, mas para toda a indústria.
“Queremos evitar surtos localizados da Covid-19, pois atingem não apenas os funcionários dessas empresas, mas seus familiares”, ressaltou a secretária da Saúde, Arita Bergmann, durante a webconferência. De acordo com a secretária, evitar a transmissão no ambiente industrial é uma via de muitas mãos: “A prevenção é responsabilidade do trabalhador em horário de trabalho ou fora dele, da gestão da empresa, do município e do Estado. Por isso estamos escutando diversas opiniões, para que a Portaria reflita na prática o que decidirmos aqui”.
A chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), Tani Ranieri, acrescentou que o novo coronavírus tem alto poder de transmissibilidade. “Cada pessoa infectada, se não for feito nada, pode contaminar cerca de dez outras pessoas”, disse.
O documento será publicado nos próximos dias, contendo recomendações gerais para todas as indústrias no Rio Grande do Sul, independentemente da área e do porte. “Queremos que as empresas detectem previamente e nos notifiquem oportunamente quando surgir algum caso suspeito de coronavírus dentro do seu âmbito. Um caso em uma empresa tem potencial de transmissão para outros municípios e outras regiões”, explicou o coordenador do Centro de Operações de Emergência (COE) da vigilância estadual, Marcelo Vallandro.
Entre as recomendações previstas estão reforço na higiene dos ambientes, escalas entre funcionários, distribuição e uso correto de equipamentos de proteção individual (EPIs), entre outras normas gerais e específicas para a produção industrial. “Precisamos sistematizar os fluxos de informações entre as empresas e as vigilâncias em saúde dos municípios e estadual”, reforçou Vallandro.
Assim como aconteceu com o decreto estadual que define o isolamento social, essas diretrizes podem vir a mudar no futuro, em função de parâmetros de saúde em cada região, como o aumento no número de casos e a lotação dos leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).