Com a piora nos indicadores de propagação da Covid-19 e da ocupação de leitos, o mapa do Rio Grande do Sul pode ficar ainda mais vermelho. A atualização preliminar da 9ª rodada do Distanciamento Controlado indica que 10 regiões estão com risco alto, por isso, receberam bandeira vermelha. Embora representem metade das 20 regiões usadas no modelo, somam 73,4% da população gaúcha (8.310.854 habitantes). Na rodada anterior, eram seis regiões, que representavam 46,1% dos gaúchos. As bandeiras definitivas serão divulgadas na segunda-feira (6/7).
As outras 10 regiões ficaram com laranja (risco médio). O Estado segue sem registro de bandeira preta (risco altíssimo), mas, pela primeira vez, nenhuma região foi classificada em amarelo (risco baixo).
O mapa preliminar da 9ª rodada foi divulgado pelo governo no fim da tarde desta sexta-feira (3/7) e está disponível em https://distanciamentocontrolado.rs.gov.br. No prazo de 36 horas após a publicação do mapa preliminar, que se encerra às 6h de domingo (5/7), os municípios que quiserem apresentar recursos sobre as classificações podem preencher o formulário neste link: https://forms.gle/TsRhgUKJhQSJUP5T9.
Na segunda-feira (6/7), o Gabinete de Crise analisará os dados enviados e rodará o mapa novamente e, à tarde, divulgará as bandeiras definitivas, que serão vigentes de 7 a 13 de julho.
Conforme a análise preliminar, seis regiões tiveram piora na classificação final e, portanto, terão maiores restrições de suas atividades.Taquara registrou a mudança mais drástica: a região estava com bandeira amarela e passou direto para vermelho. Palmeira das Missões, Pelotas, Erechim e Caxias do Sul, que estavam com bandeira laranja, também migraram para vermelha. Bagé, que estavam em amarelo, foi para laranja.
Cinco regiões permaneceram sem alteração. Porto Alegre, Capão da Canoa, Novo Hamburgo e Canoas, por terem sido classificadas em vermelho pelo menos duas vezes no período de 21 dias, mesmo que apresentassem melhora nos dados, não poderiam ter regressão no nível de restrição, com isso, seguem com bandeira vermelha. Passo Fundo não apresentou melhora nem piora no cálculo dos indicadores e permanece com vermelha.
A única região que apresentou redução de risco foi Santo ngelo, passando de vermelho para laranja. As demais regiões não tiveram alteração na sua bandeira final e permanecem com bandeira laranja.
Regra 0-0
Dos 307 municípios que compõem as áreas com bandeira vermelha, 177 cidades não tiveram registro de hospitalização e óbito por Covid-19 de morador nos 14 dias anteriores ao levantamento. Por isso, eles se adequam à chamada “Regra 0-0” e podem adotar protocolos previstos na bandeira laranja através de regulamento próprio.
Basta que mantenham atualizados os registros nos sistemas oficiais e adotem, através de decreto, regulamento próprio, com protocolos para as atividades previstas na bandeira laranja. São 998.869 pessoas (8,8% do total do RS) que estão nesta condição.
Trava de segurança
A região de Passo Fundo, se mantida com bandeira vermelha após o período de recursos da 9ª rodada, estará inserida na trava de segurança prevista no Distanciamento Controlado, que tem objetivo de garantir a segurança da população da região.
A regra determina que regiões classificadas em vermelho por dois períodos consecutivos ou alternados dentro do prazo de 21 dias tenham de ficar duas semanas consecutivas com bandeira vermelha mesmo que os indicadores regionais apontem para restrições menos severas.
Para que as regiões de Porto Alegre, Canoas, Novo Hamburgo e Capão da Canoa, que já estão cumprindo a determinação nesta rodada, e Passo Fundo, caso se enquadre na trava, recebam bandeira menos restritiva, elas deverão ficar pelo menos duas rodadas com redução de cor para sair da bandeira vermelha.
PRINCIPAIS DADOS DA 9ª RODADA
• O número de novos registros de hospitalizações Síndrome Respiratório Aguda Grave (SRAG) de confirmados Covid-19 aumentou 19% entre as duas últimas semanas (611 para 729);
• O número de internados em UTI por SRAG aumentou 27% no Estado entre as duas últimas quintas-feiras (459 para 582);
• O número de internados em leitos clínicos com Covid-19 no RS aumentou 16% entre as duas últimas quintas-feiras (478 para 554);
• O número de internados em leitos de UTI com Covid-19 no RS aumentou 36% entre as duas últimas quintas-feiras (307 para 418);
• O número de leitos de UTI adulto livres para atender Covid-19 no RS aumentou 5% entre as duas últimas quintas-feiras (de 624 para 653);
• O número de óbitos por Covid-19 aumentou 15% entre as duas últimas quintas-feiras (de 120 para 138);
• As regiões com maior número de novos registros de hospitalizações nos últimos sete dias, por local de residência do paciente, são Porto Alegre (227), Novo Hamburgo (91) Caxias do Sul (83), Passo Fundo (69) e Canoas (64).
Passo Fundo
Com o quadro se agravando, embora em velocidade não tão intensa, a região de Passo Fundo permanece na bandeira vermelha ao atingir 69 registros de hospitalizações Covid-19 na última semana – aumento de 35% em relação à semana anterior. A mesma situação se verificou para o número de internados em leitos clínicos com Covid-19, que passou de 40 para 55 pessoas.
Embora tenha aumentado o número de leitos de UTI livres, que subiu de 27 para 48 unidades, a razão do número de leitos de UTI livres para cada leito de UTI ocupado por pacientes Covid-19 apresentou o patamar de 2,09, o que coloca a região em bandeira vermelha nesse indicador.
Passo Fundo e municípios próximos somaram 457 casos ativos na última semana frente a 771 casos recuperados nos 50 dias antes do início da semana, colocando a região em bandeira vermelha nesse indicador. Aliado a isso, no quesito de óbitos a região apresentou bandeira preta, uma vez que as 12 mortes apresentadas ao longo da semana, quando projetadas, apontam o valor de 17,9.