RS tem o menor "excesso de óbitos" do país durante a pandemia, de acordo com estudo

Entre 15 de março (primeiro registro de morte no Brasil por Covid-19) e 8 de agosto, houve 826 falecimentos acima do total esperado por diferentes causas no Estado

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Os dados integram uma etapa do levantamento organizado pelo Comitê de Dados do governo no enfrentamento da Covid-19 (Foto: Peter Ilicciev/Fiocruz)Os dados integram uma etapa do levantamento organizado pelo Comitê de Dados do governo no enfrentamento da Covid-19 (Foto: Peter Ilicciev/Fiocruz)
Os dados integram uma etapa do levantamento organizado pelo Comitê de Dados do governo no enfrentamento da Covid-19 (Foto: Peter Ilicciev/Fiocruz)
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O Rio Grande do Sul segue registrando o mais baixo percentual do chamado "excesso de óbitos". O número falecimentos por diferentes causas naturais além do esperado desde o início da pandemia alcançou 2,2%, quando no Brasil esse percentual é dez mais alto (22,4%).

Isso representa que, mesmo com as mais de 4.700 mortes provocadas pelo novo coronavírus, estima-se que o Estado teve 826 perdas além das esperadas para o período. Em termos nacionais, o excesso de óbitos ultrapassa os 118 mil casos.

Comparando aos demais Estados da Região Sul, Santa Catarina e Paraná têm números proporcionalmente três vezes maiores. O Estado do Amazonas está no topo, com um percentual de 74%. Em números absolutos, São Paulo aparece com a maior diferença entre óbitos projetados e observados desde fevereiro deste ano: 18.443 (15,1%).

Os números integram uma etapa do levantamento organizado pelo Comitê de Dados do governo no enfrentamento da Covid-19. O monitoramento resulta de uma parceria de técnicos do Departamento de Economia e Estatística (DEE/SPGG), Impulso e Vital Strategies.

Para a coordenadora do Comitê de Dados, Leany Lemos, o comportamento do "excesso de óbitos" no Estado evidencia que todo o esforço neste período alcançou resultados positivos. “No início da pandemia, o grande desafio era achatar a curva de novos casos da doença para que fosse possível avançar na estrutura de atendimento da saúde. Chegar no estágio atual e ver que nenhum paciente ficou sem atendimento em leito de UTI mostra que o Estado preservou vidas ao máximo diante da Covid e cuidou bem das demais doenças”, destacou Leany Lemos. Ela acrescentou que, durante a pandemia, o RS conseguiu dobrar a capacidade de leitos de UTI disponíveis via SUS.

Taxa Covid-19

Caso o RS reproduzisse aqui as mesmas taxas de mortalidade do país, o número de óbitos por Covid-19 estaria hoje ao redor 7.800 registros. O estudo aponta também que o Estado tem uma das menores relações entre o total de óbitos e a população acima de 50 anos e de 60 anos de idade, ficando atrás apenas de Minas Gerais. O RS tem percentualmente a população mais idosa do país.

Com 42 óbitos causadas pela Covid-19 a cada grupo de 100 mil habitantes, o RS vem apresentando um desempenho muito mais favorável do que importantes países europeus, como é o caso da Espanha (taxa de 67), Reino Unido (62), Itália (59) e França (49). O mesmo ocorre, conforme números apurados até o final de setembro, na comparação com o Chile (taxa de óbitos de 66 para cada 100 mil habitantes) e EUA (taxa de 62). Entre as nações selecionadas pelo estudo, o RS ficaria atrás de Argentina (35), Portugal (19), Alemanha (11) e China (8).

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