Pela primeira vez duas regiões ficaram com o nível de restrição máximo previsto no sistema de enfrentamento à pandemia no Rio Grande do Sul. O governo do Estado divulgou nesta segunda-feira (14/12) que as regiões de Bagé e de Pelotas estão oficialmente em bandeira preta (risco epidemiológico altíssimo) a partir da 0h desta terça (15).
O Gabinete de Crise negou todos os pedidos de reconsideração feitos por associações regionais e municípios, inclusive o de Passo Fundo.
Passo Fundo foi classificada novamente em bandeira vermelha, pela quarta semana consecutiva. A cogestão regional, que estava suspensa, volta a valer a partir da 0h desta terça-feira (15/12). Assim, as associações regionais podem adotar protocolos próprios. Passo Fundo poderá voltar a aplicar os protocolos de bandeira laranja.
Incluindo algumas mudanças nos protocolos das bandeiras, as novas regras serão divulgadas em decreto, que será publicado nas próximas horas.
Indicadores
Passo Fundo segue entre as regiões com maior número de novos registros de hospitalizações na semana de análise, por local de residência do paciente, com 82 internações. As demais regiões são Porto Alegre (338), Caxias do Sul (152), Canoas (101), Novo Hamburgo (96) e Pelotas (87).
Entre os quatro indicadores específicos da região, Passo Fundo alcançou classificação de risco máximo (bandeira preta) na metade deles: número de hospitalizações por Covid-19 para cada 100 mil habitantes e projeção de óbitos. Já os indicadores do número de hospitalizações por Covid-19 nos últimos sete dias e do estágio de evolução da doença ficaram em bandeira amarela e laranja, respectivamente, de acordo com a nota técnica que justifica as classificações, divulgada na sexta-feira (11).
Os registros de hospitalizações para Covid-19 na semana de análise reduziram 26%, passando de 111 para 82 registros na última semana. Já os óbitos cresceram 25%, com 16 óbitos na semana anterior e 20 na última. Em relação ao indicador de Ativos sobre Recuperados, a região registrou 1.342 ativos, frente à 1.285 da semana anterior, e 3.655 recuperados, “representando uma melhora no valor dado pela razão em comparação à semana anterior”, de acordo com o documento.
A nota destaca que a “quantidade de novas hospitalizações em proporção da população é bastante elevada, refletindo na bandeira preta para o indicador de incidência na região”.
Estado
O Gabinete de Crise indeferiu todos os pedidos de reconsideração devido à constante redução de leitos de UTI livres. O mapa definitivo da 32ª semana do Distanciamento Controlado permanece com 18 regiões em bandeira vermelha (risco alto) e uma em laranja (médio), que é a região de Cruz Alta, conforme a classificação preliminar. A vigência das novas bandeiras segue até as 23h59 da próxima segunda-feira (21/12).
Embora seja o nível mais alto, a bandeira preta não é o mesmo que lockdown, implantado em outros países e em alguns Estados brasileiros. Representando o risco epidemiológico altíssimo, a cor preta significa que tanto a capacidade hospitalar como o contágio por coronavírus alcançaram níveis críticos nas regiões. Por isso, indica a necessidade de cuidados mais rígidos do que os já adotados na bandeira vermelha.
Notícia atualizada às 17h52