Seduc lança primeiro aplicativo gaúcho para alfabetização de estudantes

O aplicativo pode ser utilizado sem a necessidade de estar conectado à internet

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O lançamento foi realizada nesta quarta-feira (Foto: Lucas Nogare / Ascom Seduc)O lançamento foi realizada nesta quarta-feira (Foto: Lucas Nogare / Ascom Seduc)
O lançamento foi realizada nesta quarta-feira (Foto: Lucas Nogare / Ascom Seduc)
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A Secretaria Estadual da Educação (Seduc) lançou nesta quarta-feira (16/12), o projeto-piloto do primeiro aplicativo gaúcho para letramento e alfabetização dos estudantes.

Coordenado por alunos e professores da Escola Técnica Parobé e pelo Departamento de Planejamento da Seduc, com participação de docentes e estudantes das escolas Protásio Alves, Irmão Pedro e Dom João Becker, o projeto “Ler é Tri” visa qualificar a oralidade e a escrita, estimular o hábito da leitura e auxiliar os professores na avaliação da fluência e interpretação textual dos alunos do 1º ao 6º ano do Ensino Fundamental.

Por meio da gravação da leitura e o uso de trechos de obras literárias indicadas pelo professor, o aluno pratica a interpretação textual, a oralidade e enriquece a cognição na área da linguagem. O aplicativo pode ser utilizado sem a necessidade de estar conectado à internet, a não ser na hora de baixá-lo e de sincronizar os áudios produzidos pelos alunos para dentro da plataforma. A ferramenta estará disponível para download na Play Store da Google para dispositivos Android a partir da próxima semana.

Conforme o secretário da Educação, Faisal Karam, o projeto, totalmente construído e constituído por servidores da área da educação do Estado e alunos, demonstra a força e a qualidade do ensino público do Rio Grande do Sul. “Tenho certeza que esta nova ferramenta, que contribui para a alfabetização dos nossos estudantes, promove um valioso recurso pedagógico para as aulas remotas e para as aulas presenciais”, destaca Faisal.

A secretária adjunta de Educação, Ivana Flores, enaltece a iniciativa e afirma que a criação do aplicativo Ler é Tri é um marco histórico na educação do Rio Grande do Sul. “Esta é uma ferramenta genuinamente gaúcha, feita pela Rede Estadual de Ensino, com uma linguagem diferenciada e que dá exemplo para todo o país”, acrescenta.

A idealizadora do aplicativo é a coordenadora de Demanda Escolar da Seduc, Salete Albuquerque. No início deste ano, a servidora, que é professora de Língua Portuguesa por formação, teve a ideia e conversou com dois colegas que atuam na Rede Estadual de Ensino. O grupo decidiu colocar o projeto em prática e, para tanto, contou com a dedicação de alunos e professores para desenvolver a ferramenta.

Segundo Salete, a disciplina na qual os alunos mais reprovam na Rede é Língua Portuguesa, e o a principal dificuldade é a falta de fluência em leitura. Com o projeto Ler é Tri, os estudantes lerão em voz alta textos selecionados e a leitura será gravada pelo aplicativo. A partir desta gravação, a inteligência artificial da ferramenta fará uma análise sobre quais as dificuldades daquele aluno – se é a dicção, a lentidão ou “tropeços”, por exemplo.

A coordenadora destaca ainda que, em média, uma criança que nasce em uma família de classe baixa escuta 17 mil palavras até os quatro anos de idade, enquanto, na classe média, a criança escuta 25 mil palavras no mesmo período, quantidade que chega a 45 mil palavras para crianças de classe alta. “Queremos diminuir essas distâncias, oportunizando que qualquer pessoa que tenha acesso a um celular tenha esse incentivo à leitura”, reitera.

A professora Claudia Farias Lopes Trintin, da Escola Técnica Estadual Irmão Pedro, responsável por coordenar o processo de construção do design do aplicativo, relata que, a partir das ideias dos alunos, foram sendo elaborados elementos que falassem a língua dos jovens e valorizassem a cultura gaúcha.

“ O que é 'tri'? É algo muito bom e isso é uma coisa que todo mundo entende. Nosso público são as crianças, os adolescentes e os pais, que também são relativamente jovens. Por isso, era necessário construir uma linguagem jovial, dinâmica, com uso de gírias, alegre e de fácil acesso. Estamos muito felizes com o resultado”, explica.

Funcionalidades da ferramenta

O aplicativo, em sua tela inicial, apresenta campos para login e senha, por meio do e-mail [email protected]. Em seu uso, o aplicativo é direcionado para que o smartphone seja operado na horizontal.

O estágio atual do projeto apresenta uma atividade para as crianças, o “Te Liga na Trilha”, e uma atividade voltada para a inteiração com a família chamada “Família Também Aprende”.

Dentro da plataforma, existem três teclas de ações: um ponto de interrogação com função de “help” para auxílio da execução da atividade; uma tecla para gravar, indicada pela imagem de um microfone; e uma tecla para ouvir a gravação, indicada pela imagem de um alto-falante.

O objetivo é que o app seja adotado por professores e também pelas famílias, que também poderão diagnosticar seus desempenhos. A expectativa é de que mais funcionalidades sejam oferecidas pelo app no futuro. O próximo passo será proporcionar a Avaliação Diagnóstica Digital do aluno, na qual o professor fará a avaliação do estudante dentro do aplicativo e, com isso, definir as estratégias de intervenção que usará com cada aluno.

Criação do projeto

A aplicativo “Ler é Tri” foi desenvolvido por representantes da Escola Técnica Estadual Irmão Pedro, da Escola Técnica Estadual Parobé, do Colégio Estadual Dom João Becker, do Colégio Estadual Protásio Alves; de alunos do Curso de Publicidade da Escola Técnica Estadual Irmão Pedro; de professoras do Departamento de Planejamento da Secretaria Estadual da Educação e alunos da Escola Técnica Estadual Irmão Pedro.

São eles Celso Leal Tavares, Cláudia Farias Lopes Trintin, Eliseu Batista dos Santos, Karen Cris Sartori Frederico, Luís Antônio Aransegui, Luiz Oscar Ruschel Pilger, Mara Silva, Rovani Peres de Athayde, além dos estudantes Caroline Ludtke, Douglas Benites, Gaspar Vicente, Lantier Mendes e Renata Freitas.

Ao final do evento, os professores envolvidos na elaboração do aplicativo receberam os Chromebooks e os estudantes celulares para acesso às aulas remotas.


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