Foram publicados na quarta-feira (23/12) os números relativos ao Índice de Desenvolvimento Socioeconômico (Idese) do Rio Grande do Sul. O estudo, promovido pela Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão, por meio do Departamento de Economia e Estatística (SPGG/DEE), apontou crescimento nos três blocos de indicadores (Educação, Renda e Saúde), nos anos de 2017 e 2018.
A série também foi recalculada para os anos de 2013 a 2016, trazendo melhorias na qualidade dos dados utilizados para o cálculo. Comparado com o levantamento de 2016, o Estado teve um crescimento mais significativo na área da Educação. O indicador passou de 0,715 em 2016 para 0,736 em 2018, em que se destacam a taxa de 87,6% das crianças de 4 e 5 anos matriculadas no ensino infantil e a melhoria no desempenho do Ensino Fundamental na Prova Brasil de 2017.
“Identificar os problemas e apontar caminhos para o RS. O Idese contribui para isso. Ter conhecimento de seus indicadores permite que se estabeleçam ações mais focadas, voltadas à melhoria das condições de vida da população", disse Claudio Gastal, secretário da SPGG.
Em segundo lugar ficou o item Renda, passando de 0,728 em 2016 para 0,740 em 2018, fazendo o Estado se aproximar do patamar do início da série, em 2013 (0,741) e recuperar as perdas econômicas verificadas entre 2014 e 2016. A Saúde ficou em terceiro, de 0,821 em 2016 para 0,825 em 2018, um patamar elevado de desenvolvimento sustentado, principalmente pela alta expectativa de vida dos gaúchos e os bons indicadores de saúde materno-infantil. Na média dos indicadores de educação, renda e saúde o Rio Grande do Sul se mantém no patamar de desenvolvimento considerado médio, com um índice total de 0,767.
O Idese é um índice que tem por objetivo medir o grau de desenvolvimento dos municípios gaúchos, a partir de aspectos quantitativos e qualitativos quanto ao desenvolvimento nestas três áreas citadas. Sua divulgação incluiu também os indicadores por Conselhos regionais de Desenvolvimento (Coredes), além de outras regionalizações importantes para o planejamento, como as Microrregiões do IBGE, Regiões de Saúde, Educação etc.
“O Idese é um indicador sintético e como tal permite ter o diagnóstico socioeconômico de todos os municípios e regiões do Estado. É um importante instrumento para qualificar as políticas de combate às desigualdades e para promover ações de desenvolvimento”, afirmou Antonio Cargnin, subsecretário de Planejamento da SPGG.
Educação
Bloco é composto pelos itens Pré-Escola, Fundamental, Médio, Adulta
O principal desempenho comparativo no Bloco Educação segue sendo a Educação Infantil, cujo Idese registrou no biênio 2017-2018 um aumento de 2,8% (se comparado com 2016), alcançando o patamar de desenvolvimento considerado alto. Seu indicador de 0,876 perde apenas para Longevidade, que consta no bloco da Saúde. Esse resultado da Educação Infantil é medido, basicamente, pelas taxas de matrículas pelo Censo Escolar confrontadas com as estimativas da população entre 4 e 5 anos de idade.
Contudo, o aumento percentual mais significativo foi no Ensino Médio. De 2016 para 2018, houve um ganho de 4,2%, porque embora tenha havido queda no número total de matrículas, ela foi inferior à queda na população entre 15 e 17 anos no RS.
Renda
Bloco composto pelos itens Geração e Apropriação
Após retração de 2015 para 2016, o bloco Renda apresentou crescimento de 1,40% em Geração e 1,99% em Apropriação, no biênio 2017-2018. Em suas duas componentes, este bloco procura refletir tanto a produção realizada no território gaúcho quanto a sua apropriação pelas famílias aqui domiciliadas.
No que se refere à geração de renda, medida pelo PIB per capita, o Idese aponta uma evolução de 0,702 (2016) para 0,710 (2018), patamar considerado médio dentro dos parâmetros internacionais utilizados e, ainda, aquém do nível alcançado no início da série histórica (0,729 em 2013). Por outro lado, 2017 é o primeiro ano de crescimento desse patamar, que vinha decaindo desde 2013.
No quesito da apropriação da renda pelas famílias gaúchas, quando cotejado com outras regiões do Brasil que servem de benchmark para o cálculo deste subíndice, o RS mostra um desempenho melhor, chegando a 0,770 em 2018. "Embora em um nível ainda considerado médio, isso significa que uma parcela importante do que é produzido no Estado fica aqui na forma de renda domiciliar e, consequentemente, capacidade de consumo e dinamização do mercado regional", explica Tomás Pinheiro Fiori, pesquisador do DEE e um dos responsáveis pelo cálculo do Idese.
Saúde
Bloco composto pelos itens Materno-Infantil, Condições Gerais e Longevidade
O Bloco Saúde, embora tenha apresentado um avanço mais modesto, mantém dois sub-blocos considerados em nível elevado de desenvolvimento. Um deles é o já citado Longevidade, com o índice de 0,882, o melhor de todos avaliados, e o Materno-infantil, com 0,853. Esse número representa a taxa de mortalidade de crianças até 5 anos de idade e a de nascidos vivos cujas mães realizaram pelo menos sete consultas pré-natal. Os sub-blocos tiveram crescimento no biênio 2017-2018 (0,68% e 1,67%, respectivamente) se comparado com 2016.
A única retração do Idese 2017-2018 ficou por conta de Condições Gerais, que teve uma queda de 0,80% (de 0,747 em 2016 para 0,741 em 2018). Esse item demonstra uma piora nos óbitos por causas consideradas evitáveis (excluídas as causas externas).
Municípios com melhores índices
Entre as 497 cidades gaúchas, nenhuma delas apresentou nível baixo de desenvolvimento socioeconômico, quando medido pelo Idese. No total, 455 municípios, que somam 70,72% da população gaúcha, são considerados de desenvolvimento médio (índice entre 0,500 a 0,799), enquanto os demais 42 municípios somam 29,28% da população que vive em condições de desenvolvimento considerado alto (acima de 0,800).
“Conjuntamente com o lançamento da nova série histórica do Idese, estamos atualizando o IdeseVis, um portal onde o usuário pode analisar o Indicador e os seus blocos por município e outras regionalizações de forma interativa com gráficos e mapas”, explica Pedro Zuanazzi, diretor do DEE.
Conforme o Idese de 2018, as cincos cidades gaúchas com melhores índices de desenvolvimento são, pela ordem:
1. Carlos Barbosa (0,885)
2. Água Santa (0,871)
3. Veranópolis (0,863)
4. Aratiba (0,858)
5. Guabiju (0,858)
Nos anos anteriores, 2016 e 2017, o panorama era diferente, com exceção de Carlos Barbosa que lidera o Idese há nove anos (liderava nos índices da metodologia anterior e seguiu na mesma posição em todos os anos da atual revisão 2020). Antes de ter o segundo posto, Água Santa esteve em 4º lugar em 2016 e 3º em 2017. Veranópolis figurava em sétimo e quarto lugares. Aratiba esteve em segundo lugar por duas vezes. Guabiju foi o oitavo e o mesmo quinto lugar atual.
Ranking de Municípios por blocos
Educação
1. Picada Café - 0,862
2. Nova Petrópolis - 0,858
3. Severiano de Almeida - 0,848
Renda
1. Água Santa - 0,954
2. Carlos Barbosa - 0,935
3. Tupandi - 0,902
Saúde
1. Nova Pádua - 0,931
2. Nova Roma do Sul - 0,927
3. Santo Expedito do Sul - 0,926
Ranking por população
Municípios com mais de 100 mil hab.
1. Bento Gonçalves - 0,834
2. Caxias do Sul - 0,823
3. Porto Alegre - 0,823
Municípios de 20 mil a 100 mil hab.
1. Carlos Barbosa – 0,885
2. Veranópolis – 0,863
3. Garibaldi – 0,831
Municípios de 5 mil a 20 mil hab.
1. Aratiba - 0,858
2. Antônio Prado - 0,836
3. Sertão - 0,836