Estado tem piora em todos os indicadores e continua em bandeira preta

O número de óbitos cresceu 54% no estado

Por
· 3 min de leitura
(Imagem: Divulgação)(Imagem: Divulgação)
(Imagem: Divulgação)
Você prefere ouvir essa matéria?
A- A+

Conforme adiantado pelo governador Eduardo Leite, todas as regiões do estado estão em bandeira preta. O Rio Grande do Sul todo está nessa classificação, sem cogestão, desde 27 de fevereiro. A bandeira e a suspensão da cogestão devem ser mantidas até o dia 21 de março.

Esta é a terceira semana consecutiva em que todo o Rio Grande do Sul está em bandeira preta – nível de risco máximo previsto no modelo de Distanciamento Controlado. Divulgados nesta sexta-feira (12/3), os indicadores da 45ª rodada comprovam o esgotamento da capacidade de atendimento hospitalar do Estado.

Mesmo considerando o aumento de 3% no número total de leitos de UTI existentes e a redução dos internados por outras causas, a elevação dos confirmados com Covid-19 em UTI fez com que se mantivesse quase a totalidade dos leitos de UTI do Estado ocupados, inclusive fora dos leitos regulares, o que indica operação acima da capacidade indicada em algumas regiões.

Por conta desse índice, foi mais uma vez acionada a salvaguarda que aplica automaticamente a bandeira de nível máximo a todas as regiões. Nesta rodada, novamente teriam ficado em bandeira vermelha (nota abaixo de 2,50) as regiões de Bagé (2,41) e Pelotas (2,31), por conta da variação de leitos de UTI, visto as correções de residência dos pacientes hospitalizados nos leitos intensivos. No entanto, a regra tem o objetivo de evitar colapso da regulação de leitos estadual e garantir que haja possibilidade de transferência de pacientes.

Na 43ª rodada (divulgada em 26/2), o Estado tinha 229 leitos livres para atender Covid. Na semana passada (44ª rodada, dia 5/3), esse número passou a ser negativo, com déficit de 25 leitos. Agora, apresenta falta de 213 leitos de UTI.

“Para se ter uma ideia, há 30 dias, tínhamos 800 pessoas em leitos de UTI confirmadas com Covid. Passamos para 2,4 mil pessoas em 30 dias. Se esse ritmo continuasse, teríamos de triplicar o número de leitos, o que é inviável. Esse é o tamanho do nosso drama”, afirmou o governador Eduardo Leite.

Mesmo tendo ampliado em 137% a capacidade hospitalar desde o início da pandemia, Leite reafirmou que o Estado segue fazendo todo o esforço possível para seguir expandindo os leitos de UTI. Há, ainda, previsão de abertura de mais 183 unidades nos próximos 10 dias.

“Não há país no mundo que tenha conseguido superar o coronavírus, ou pelo menos conviver com o vírus, apenas com aumento de leitos, porque a solução efetiva é a vacina. Como ainda estamos com dificuldade a nível nacional de imunizar massivamente e de forma rápida a população, a situação nos demanda habilidade para melhorar a convivência, buscando equilíbrio entre economia e saúde. Sempre tendo claro que saúde e a vida precisam vir acima de qualquer outra coisa, especialmente em um momento crítico como esse que estamos vivendo”, destacou Leite.

Piora em todos indicadores

Todos os 11 indicadores monitorados com relação à velocidade de propagação do coronavírus e à capacidade de atendimento hospitalar tiveram piora nesta semana - mesmo calculados em cima de números recordes da rodada anterior. Entre os quais, o número de registros de novas hospitalizações (+19%), de internados em leitos clínicos (+27%), de internados em UTIs (+19%) e de óbitos (+54%), contabilizando 1.343 mortes em apenas sete dias. Na quinta-feira (11/3), houve recorde no número diário: foram 276 mortes confirmadas em apenas 24 horas.

Por conta desse cenário e em uma tentativa de conter a piora dos indicadores, o governador antecipou na semana passada que o Estado permaneceria todo em bandeira preta pelo menos até o dia 21 de março e com a suspensão da cogestão, não permitindo a flexibilização dos protocolos pelas prefeituras.

Em reunião com representantes de setores empresariais nesta sexta (12), a secretária da Saúde, Arita Bergmann, lembrou que as regras mais rígidas são temporárias e se fazem necessárias diante da impossibilidade de parar o vírus até que se tenha a expansão da vacinação.

“Esse tempo de 14 dias nos dá esperança, embora mobilidade na circulação continuou um patamar que poderia ter sido bem menor, talvez municípios não tenham conseguido na mesma medida fazer uma mobilização e parece que as pessoas perderam o medo, então a esperança é que começaremos a ver os primeiros reflexos dessa parada estratégica de atividades econômicas para que tenhamos uma redução no número de casos novos e de interações. Talvez a queda de óbitos nem se perceba ainda, por conta do tempo de atuação do vírus, na próxima semana, mas esperamos que na terceira semana seja quando vamos colher os frutos dos sacrifícios que sabemos que todos estão fazendo”, afirmou Arita.

Gostou? Compartilhe