Com o menor número de nascimentos e o maior de mortes registrados na série histórica iniciada em 2000, o Rio Grande do Sul atingiu em 2020 a sua taxa mais baixa de crescimento vegetativo, conforme dados preliminares disponibilizados pela Secretaria da Saúde. No ano passado, foram 130,7 mil nascimentos registrados no Estado contra 92,7 mil mortes, o que resultou em um aumento de 38,1 mil habitantes, uma taxa de crescimento vegetativo de 0,33%. O patamar de 2020 é ainda mais baixo do que o registrado em 2019 (0,40%) e em 2018 (0,45%), mínimas históricas até então.
Os dados referentes ao perfil dos habitantes do Estado estão no estudo Estimativas populacionais por idade e sexo nos municípios do Rio Grande do Sul, divulgado nesta quinta-feira (2) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).
Mais mulheres e idosos
As mulheres seguem sendo a maioria da população do Rio Grande do Sul, com 100 a cada 94,8 homens, o que representava 51,34% dos habitantes do Estado (5.864.503 em um total de 11.422.973) em 2020. No entanto, por ocorrerem mais nascimentos de pessoas do sexo masculino, os homens são maioria até a faixa etária de 33 anos, quando as mulheres passam a ser a porção mais representativa da população.
Apesar da pouca diferença em relação aos dados de 2019, o material do estudo mostra uma tendência contínua de envelhecimento da população residente no Estado, taxas cada vez mais baixas de crescimento vegetativo e redução no número de jovens nas cidades. Além disso, de modo geral, os municípios ao leste do Estado, geograficamente mais próximos ao litoral, têm variação populacional mais positiva quando comparados aos do oeste.
Na faixa etária intermediária, de moradores potencialmente ativos (entre 15 e 59 anos), o estado tem 7.203.416 pessoas hipoteticamente aptas a produzir, o que representa 63,06% do total de habitantes.
"Ao longo dos últimos anos já havia uma tendência de redução do crescimento vegetativo, com diminuição dos nascimentos e aumento no número de óbitos, como consequência da redução da taxa de fecundidade e do envelhecimento da população. As mortes causadas pela Covid-19 também contribuíram para o aumento de óbitos em 2020", destaca destaca o responsável pelo estudo e diretor do DEE, Pedro Zuanazzi.