Superar a enchente de 1941 em Porto Alegre era um pensamento quase inconcebível até semanas atrás até que veio o evento extraordinário de chuva do final de abril e do começo de maio. Agora, segundo a MetSul o Guaíba superou a cota máxima de 1941 pela segunda vez em apenas dez dias.
A primeira vez em que o Guaíba superou a cota até então recorde de 1941 de 4,76 metros tinha sido na noite de 3 de maio. As águas seguiram subindo até atingir o nível jamais registrado de 5,35 metros no dia 5 de maio. Superado o pico, o Guaíba começou uma lenta trajetória de descida até que no dia 11 desceu a 4,56 metros.
Ocorre que veio um novo evento de chuva excessiva com repique de cheias dos rios contribuintes entre sexta e ontem, com até 200 mm a 30 mm de chuva em apenas 72 horas do Centro para o Norte do estado, onde estão as bacias dos rios afluentes do Guaíba. O resultado foi uma nova alta do Guaíba e que se acelerou durante as primeiras horas desta segunda-feira. No começo da manhã desta segunda, o Guaíba atingia 4,78 metros e ultrapassava pela segunda vez em dez dias a cota máxima da primeira semana de maio de 1941.
A tendência conforme a MetSul é de a forte alta seguir nesta primeira metade da semana. Há imensa quantidade de água descendo dos rios contribuintes e que encontra o Guaíba já extraordinariamente cheio.
Assim, não apenas é provável que volte a superar a marca de 5 metros como é possível que bata o pico desta cheia até agora de 5,35 metros, o que vai estender a enchente por longo período e manter parte da cidade inundada ainda por semanas.
Para complicar, haverá vento Sul hoje, amanhã, em parte da quarta, e na sexta, o que favorece elevação acentuada do nível. O vento Sul represa o escoamento para o Norte da Lagoa dos Patos e vai coincidir com o pico de vazão do Rio Taquari, o segundo maior contribuinte atrás do Jacuí, tornado a situação ainda mais crítica. A