Uma cerimônia realizada na manhã de hoje (10) em Santa Maria marcou simbólicamente o lançamento das obras do Memorial às Vítimas da Kiss. O ato aconteceu 11 anos e seis meses após o incêndio que causou a morte de 242 pessoas na noite de 27 de janeiro de 2013. Com investimento estimado em R$ 4 milhões, o novo espaço vai ser custeado com recursos do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL), presidido pelo MPRS. As verbas do FRBL são arrecadadas a partir de multas e acordos judiciais por danos causados à coletividade.
A cerimônia iniciou às 9h, no estacionamento de um mercado. O local serviu de base de operações na noite da tragédia. Na abertura, o presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, Gabriel Barros, fez a leitura de uma carta. Também discursaram representantes da equipe de arquitetura e engenharia, responsáveis pelo projeto do memorial. O procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, acompanhado de membros da Administração Superior, destacou a importância do momento para Santa Maria, mas especialmente para pais e familiares das vítimas que estavam presentes.
"A presença do Ministério Público aqui, não poderia ser diferente, é muito mais para dizer e registrar que nós estamos com vocês sempre", disse o procurador-geral referindo-se aos representantes da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM).
O projeto do Memorial é capitaneado pela Prefeitura de Santa Maria e também conta com o apoio e suporte do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), arquitetos e engenheiros responsáveis pela execução do projeto.
Homenagens
Três ex-presidentes da associação dos famíliares das vítimas foram homenageados com uma placa. O momento de maior emoção foi marcado pelos famíliares das vítimas, que se reuniram em frente ao prédio e soltaram 242 balões brancos, lembrando cada uma das 242 vidas perdidas no incêndio.
O ato de demolição foi simbolicamente marcada com a remoção do letreiro da boate, seguido pela retirada dos tapumes e derrubada das portas.
Preservação
Diversos objetos do interior da boate, como espelhos, mesas ainda com nomes das pessoas que haviam feito reservas, parte do telhado, vasos sanitários, número do prédio e uma gruta, serão preservados a pedido dos familiares das vítimas. O material fará parte do memorial.
