Será que chegou a hora de você procurar um nutricionista?

Por Eliziane Passos (*)

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· 3 min de leitura
Eliziane Passos é nutricionista em Passo Fundo (Foto - Néa Moresco/Divulgação)Eliziane Passos é nutricionista em Passo Fundo (Foto - Néa Moresco/Divulgação)
Eliziane Passos é nutricionista em Passo Fundo (Foto - Néa Moresco/Divulgação)
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Você já se perguntou se deveria procurar um nutricionista para melhorar a sua alimentação, mas ficou na dúvida por não saber exatamente o que esse profissional faz? Ou como ele poderia ajudar, ou ainda, se ele ajudaria ou “fiscalizaria” a sua alimentação? Pois bem, é para esclarecer essas dúvidas que estou aqui, escrevendo um pouquinho sobre uma profissão que foi (e está sendo) bem mais valorizada nos últimos anos. Que me faz extremamente realizada e feliz. O nutricionista é o profissional que ajuda as pessoas a melhorarem qualquer questão relacionada a maneira como se alimentam. Nossa principal ferramenta de trabalho é o alimento e este, por sua vez, pode ser visto sob vários aspectos diferentes.


Energia

São os alimentos que fornecem energia para o nosso corpo realizar as tarefas diárias. Trazem força para que as nossas células consigam se recuperar das pequenas, porém constantes, lesões ocasionadas pelo processo de envelhecimento. São eles que mantém a máquina incrível do corpo humano funcionando. Sem alimentos, não há vida. Mas nem sempre suprimos todas as nossas necessidades com os alimentos corretos. A oferta abundante de comida nos supermercados, o marketing agressivo de algumas marcas, os modismos alimentares nas redes sociais, tudo isso tenta influenciar e interferir em muitas das nossas escolhas diárias. Nem sempre optamos por aquilo que nos faria bem. Mas sim, pelo mais conveniente, mais econômico, mas atrativo, mais saboroso, mais prático, mais fácil de conseguir. E isso, a médio e longo prazo, pode trazer alguns danos bem complicados para a nossa saúde física e metal.


Associar alimentos

O nutricionista é o profissional que tem como objetivo, organizar tudo isso. Associar o que você gosta de comer, com aquilo que você gostaria de provar, com aquilo que você pode investir/pagar, e é claro, com aquilo que realmente faria bem para você. É juntar sabor com disposição, energia, saúde, satisfação corporal e ótimos exames laboratoriais. É prevenir doenças, é prolongar a vida! E se não são os nutrientes, as calorias, as vitaminas e os minerais que faltam, mas sim, sobram? Quando o consumo de alimentos excede a nossa necessidade e nem sabemos por quê? É aí que entram as questões que vão além da biologia e da economia doméstica. É aí que entram as questões emocionais que envolvem a comida.


Significados da comida

Comida pode ter significados diferentes para cada um. Comida pode ser conforto, apoio, consolo, carinho. Comida pode ser companhia. Comida pode ser o motivo de reunir os amigos, a família, o pessoal do trabalho. Comida pode ser sobrevivência ou quase dependência. Comida pode envolver compulsão. Comida pode ser tão calmante quanto angustiante. Depende do momento. Depende do contexto. E como sair desse emaranhado de sensações que pode envolver de maneira tão significativa o ato de comer? Entendendo por que (e de que maneira) se come. O que passa na sua mente racional, e na parte intuitiva quando está comendo? O que você quer de verdade, quando procura nos alimentos uma forma de se acalmar? Nessa fase, o acompanhamento nutricional adentra outros caminhos. Perceba que não é só de informações nutricionais que se faz um tratamento, mas sim, de questões motivacionais e de autoconhecimento. É preciso ir além do ato de comer, é preciso olhar para o que acontece antes. Antes mesmo de se levar o alimento à boca. É preciso pensar sobre os impulsos, os fatores desencadeantes, as influências. 


Questões complexas

Muitas vezes, isso vem lá atrás: dos hábitos que trouxemos da infância, dos traumas da juventude. Ou está lá na frente: no medo do futuro, no medo da rejeição, no medo de não se sentir aceito, no medo de não alcançar um padrão de beleza inacessível. Na negação da sua própria forma física. São questões complexas. É preciso encontrar apoio para compreender isso tudo. Complexo, sim. Por isso tão maravilhoso! A nutrição engloba questões físicas e bioquímicas do ato de comer, mas também aborda condições emocionais, como ansiedade ou angústia que podem fazer alguém comer por diversas outras razões que não são, necessariamente, fome. 


E o peso?

Por que ainda nem falamos sobre o peso? Porque o peso vem no pacote! Volta lá no início dessa nossa conversa para lembrar que a principal ferramenta de trabalho do nutricionista é o alimento e não o peso. O peso é consequência, é resultado, é implicação. Faz parte da paisagem, não é o destino principal. Estou falando de nutrição clínica. Estou falando de comportamento alimentar. Estou falando de educação nutricional. Enquanto não aprender adequadamente sobre seus hábitos. Enquanto não se arriscar a perceber, de verdade, como você se alimenta, o peso será complicado, difícil e transitório. O que mantém o seu resultado, de peso, se saúde e de hábitos alimentares verdadeiramente consolidadas, é o aprendizado! É a dedicação. Então se disponha a aprender.

É para isso que nós, nutricionistas, existimos. Para auxiliar você nesse lindo caminho do aprendizado. Para fazer a sua alimentação acontecer de forma segura, saudável e muito prazerosa.



(*) Eliziane Passos é nutricionista em Passo Fundo, contato ( 54) 99954-2349



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