O chá é mocinho ou vilão?

Os chás estão em pauta, especialmente os que são utilizados para emagrecer. Mas afinal, eles apresentam risco à saúde?

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Chás sem dosagem específica pode oferecer riscos  Foto - Terri Cnudde/PixabayChás sem dosagem específica pode oferecer riscos  Foto - Terri Cnudde/Pixabay
Chás sem dosagem específica pode oferecer riscos Foto - Terri Cnudde/Pixabay
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 Nos últimos meses, os chás, especialmente os utilizados para emagrecer, viraram assunto recorrente em virtude da divulgação de casos de insuficiência hepática aguda após o consumo. O chá é uma bebida milenar e tem muitos benefícios se consumido de forma adequada. Nesse sentido, quando se fala em chás, o conselho é equilíbrio. Além disso, verificar a procedência e conferir se é aprovado pela Anvisa são algumas orientações importantes. Segundo a farmacêutica do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Bádila Regina Dalla Costa, a dica é sempre ter cautela ao consumir. “É importante considerar qual chá será usado, se é isolado ou associado, a quantidade e a frequência. É necessário avaliar uma série de fatores”, explica a farmacêutica. Além disso, Bádila reforça que o chá não deve ser utilizado como fórmula milagrosa, especialmente quando o objetivo é o emagrecimento. “Não existe milagre ou mágica, a perda de peso só acontecerá de maneira efetiva e segura se for associada a uma alimentação equilibrada em conjunto com prática de exercícios físicos”, afirma.

Inúmeras sugestões na internet

Ao realizar uma busca rápida pela internet, a lista de chás para emagrecer é grande. Os mais citados são chá verde, chá preto, canela, gengibre, hibisco e chá mate. A farmacêutica observa que esses chás realmente podem apresentar algumas propriedades que auxiliam no processo de perda de peso, mas é preciso tomar cuidado. “Sobre o chá de Hibisco, por exemplo, há estudos que demonstram a necessidade de mais pesquisas sobre a sua segurança e efeitos adversos para um uso seguro e racional com a finalidade de auxiliar na perda de peso. Vale ressaltar que, de modo geral, a dose, a identificação botânica, o modo de plantio, a colheita e o preparo do chá influenciam em seu efeito”, analisa Bádila.

Cuidado com a mistura de chás

A mistura de chás sem dosagem específica ou orientação profissional pode oferecer riscos. A farmacêutica explica que alguns chás podem apresentar compostos que podem potencializar o efeito nocivo de outro e isso gerar uma intoxicação. “Alguns tipos de chás possuem efeitos abortivos, hepatotóxico, geram insônia, irritabilidade, ansiedade, cansaço, podem afetar e prejudicar a absorção e efeito de medicamentos orais, além de nutrientes também, entre tantos outros efeitos adversos”, comenta.

 Chás podem prejudicar o fígado?

Uma parte do metabolismo de alimentos, medicamentos e bebidas acontece no fígado, o mesmo ocorre com o uso dos chás. “Quando esse chá possui muitas toxinas, ou seja, muitas substâncias que irão prejudicar o organismo, o fígado fica sobrecarregado tentando eliminá-las e isso pode prejudicar seu funcionamento”, alerta Bádila.

Benefícios

O chá é uma tradição milenar e quando usado com cautela traz muitos benefícios. “Os chás podem ser ótimos aliados nas mais diversas atividades do dia, digestão, redução da TPM, alívio de dores de cabeça, eliminação de excesso de líquido, enfim, podem trazer inúmeros benefícios. É importante lembrar de realizar o consumo consciente e sempre em caso de dúvidas buscar orientação de profissionais de saúde”, salienta a farmacêutica.

 

Aprecie com cautela: a dica é equilíbrio

Ingerir chás é uma boa dica, mas devem ser apreciados com cautela. “Tomar cuidado com as misturas de chás/ervas, buscar saber procedência, se a venda é autorizada e regulamentada pela Anvisa são algumas dicas importantes”, sugere Bádila. O consumidor deve ficar atento. “Não se deixe enganar pelas promessas de compostos milagrosos que farão perder peso ou reduzir medidas de modo fácil e sem mudanças de hábitos alimentares e estilo de vida. Os chás podem ser perigosos e podem acarretar sérios problemas de saúde a curto, médio e longo prazo, quando consumidos de forma descontrolada e inadequada”, enfatiza a farmacêutica.

 

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