Obstrução das vias aéreas é a primeira causa de morte acidental de bebês

Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul reforça orientações de como prevenir sufocação e engasgamento em crianças

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Tudo que uma criança pequena pega, vai para a boca  - Foto – PixabayTudo que uma criança pequena pega, vai para a boca  - Foto – Pixabay
Tudo que uma criança pequena pega, vai para a boca - Foto – Pixabay
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O hábito de levar objetos à boca, em crianças com menos de 4 anos coloca essa faixa etária em um grupo com altíssimo risco de engasgos. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2018, 791 crianças de até 14 anos morreram vítimas de sufocação. Desse total, 600 tinham menos de um ano de idade. O diretor científico e diretor do Programa de Reanimação Neonatal da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), Marcelo Porto, ressalta que manter a calma é a primeira coisa que os pais devem fazer ao perceberem que a criança engasgou. Uma dica importante, segundo ele, é não tentar enfiar o dedo na boca da criança para remover o objeto ou comida, pois podem empurrar o que está engasgando a criança, e se o engasgo tiver sido com obstrução parcial da via aérea, pode se transformar em obstrução total.

Procedimento

Se for um bebê com engasgo parcial, deve-se segurá-lo no colo em posição confortável e virado para quem está segurando, e não sacudir. "Deve-se deixar chorar ou tossir, pois significa que está respirando, e logo ligar para pedir socorro (SAMU 192 ou Bombeiros 193). Já se for um engasgo com obstrução total, de novo manter a calma é fundamental. Telefonar para o SAMU, realizar manobra de desobstrução de via aérea para bebês até 1 ano. Para crianças maiores, o movimento é outro e chama-se manobra de Heimlich”, explica.

Botões, moedas...

Os objetos pequenos são os grandes responsáveis por engasgos, sejam brinquedos, botões, moedas, brincos. “Absolutamente tudo que uma criança pequena pega, vai para a boca, portanto devemos ter enorme cuidado com o que a criança manipula. Deve-se lembrar que brinquedos adequados para crianças maiores, que sejam pequenos, tenham peças que soltem, desmontem, não são bons para crianças pequenas”, completa

Engasgamentos

Crianças menores de quatro anos estão particularmente mais vulneráveis a sufocações e engasgamentos, pois suas vias aéreas superiores (boca, garganta, esôfago e traqueia) são pequenas e, nessa fase, têm a tendência natural de colocarem objetos na boca. Ainda nessa idade, possuem pouca experiência em mastigar e engolir, e seus dentes têm proporção menor que os de adultos, o que dificulta a mastigação apropriada dos alimentos. Além disso, entre bebês, a falta de habilidade de levantar a cabeça ou livrar-se de lugares apertados coloca-os em grande risco.

 

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