O Ministério da Saúde criou uma sala de situação para monitorar o cenário da varíola dos macacos - vírus Monkeypox - no Brasil. A medida tem como objetivo elaborar um plano de ação para o rastreamento de casos suspeitos e na definição do diagnóstico clínico e laboratorial para a doença. "A pasta encaminhou aos estados um comunicado de risco sobre a patologia, com orientações aos profissionais de saúde e informações disponíveis até o momento sobre a doença”, informou o Ministério da Saúde, em nota.
Uso de máscaras
Diante do aumento no número de casos da varíola de macaco, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu nota reforçando a necessidade de adoção de medidas "não farmacológicas", como distanciamento físico, uso de máscaras de proteção e higienização frequente das mãos, em aeroportos e aeronaves, para retardar a entrada do vírus no Brasil. A varíola de macaco é uma doença pouco conhecida porque a incidência é maior na África. Até o momento, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) há 131 casos confirmados de varíola dos macacos, registrados fora do continente africano e 106 outros casos suspeitos, desde que o primeiro foi relatado em 7 de maio. "A Anvisa mantém-se alerta e vigilante quanto ao cenário epidemiológico nacional e internacional, acompanhando os dados disponíveis e a evolução da doença, a fim de que possa ajustar as medidas sanitárias oportunamente, caso seja necessário à proteção da saúde da população", diz a Agência em nota.
Nota Conjunta da Sociedade Gaúcha de Infectologia e Associação Médica do Rio Grande do Sul
Com o propósito de informar a população gaúcha sobre a Monkeypox, a Associação Médica do Rio Grande do Sul e a Sociedade Gaúcha de Infectologia apresentam nota conjunta de esclarecimento sobre a doença e o status epidemiológico no Brasil. A varíola dos macacos é uma doença rara e infecciosa causada pelo vírus monkeypox. É uma doença zoonótica viral que ocorre principalmente em áreas de floresta tropical da África central e ocidental e ocasionalmente é exportada para outras regiões.
Transmissão
Os meios de transmissão podem ser de animal contaminado para humano (por meio de mordidas, arranhões, consumo e preparação de carne contaminada, contato direto ou indireto com fluidos corporais ou material de lesões), ou de humano para humano (através de gotículas respiratórias - contato interpessoal prolongado - ou contato com fluidos corporais ou material da lesão).
Sintomas
A apresentação clínica da varíola do macaco se assemelha à da varíola clássica, uma infecção relacionada ao ortopoxvírus que foi declarada erradicada mundialmente há mais de 40 anos. Após período de incubação de 5-21 dias, a infecção pelo monkeypox leva a um quadro inicial de febre, dor de cabeça, dores musculares, exaustão, e erupção cutânea (lesões se apresentam em vários estágios, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo; as vesículas cicatrizam, assemelhando-se, portanto, a quadros de varicela (catapora) – são em geral múltiplas e melhoram entre 2-4 semanas). A principal diferença entre os sintomas é que a varíola do macaco cursa com aumento dos gânglios linfáticos, diferentemente da varíola clássica. É uma doença autolimitada, associada a uma mortalidade entre 1-10% (a cepa em específico tem sido associada, na população rural africana, a uma mortalidade de 1%).
Vacina
Até o momento não há registros de casos no Brasil. Sabe-se que a vacina contra a varíola também se mostra eficaz contra a varíola dos macacos – quando administrada antes da exposição ao monkeypox. Gostaríamos de ressaltar também que, até o atual momento, a varíola dos macacos não causa motivo para alarme, por se tratar de uma doença muito rara e de baixa disseminação na comunidade, com reduzida taxa de mortalidade.