A Covid-19 trouxe e ainda traz muitos desafios para os profissionais da área da saúde. Compreender os seus efeitos e consequências ao longo do tempo motiva estudantes e pesquisadores a buscar alternativas que auxiliem na diminuição das sequelas e da perda da qualidade de vida das pessoas que foram acometidas pela doença. Essa realidade foi a inspiração para o acadêmico do curso de Fisioterapia da UPF, Humberto de Oliveira Campos. Orientado pela professora Dra. Lia Mara Wibelinger, ele desenvolveu um dispositivo que atua como incentivador respiratório. A ideia, chamada de Pressão Positiva Expiratória (PPEX) foi apresentada para algumas empresas e aguarda o retorno para investimentos.
O instrumento, composto de uma garrafa recipiente e uma cânula de pvc ou "canudo", é portátil e visa melhorar a expansão pulmonar, promover ou favorecer a higiene brônquica e obter fortalecimento da musculatura ventilatória. De acordo com Humberto, se bem empregado, ele pode promover a reexpansão pulmonar, gerando aumento do volume de ar e a melhora da complacência e troca gasosa nos pulmões.
Além de prevenir doenças relacionadas aos pulmões como as sequelas do Covid-19, o projeto desenvolvido pelo acadêmico busca ser uma alternativa diante de métodos de fisioterapia respiratória convencional, humano-dependente. “Projeto surgiu cuidando de pacientes com a Covid-19 em hospitais, pude perceber como uma doença leva tudo embora inclusive aqueles que amamos e para quem sobrevive ficam as mais variadas sequelas respiratórias. Por isso busquei elaborar o dispositivo para que as pessoas reabilitem e voltem a respirar com qualidade”, comenta.
Ele explica que, para pacientes que tiveram Covid, por meio do uso da Pressão Positiva Expiratória em selo d'água, verificou-se a melhora da capacidade residual funcional, gerando um volume de ar maior dentro do pulmão acometido pela fibrose pulmonar. “O dispositivo está na fase de protótipo testado. Foram realizados testes com protocolos não validados, e com padrões não definidos, usando a técnica de pressão positiva ao final da expiração. Sabemos que existem literaturas e produtos com eficiência mecânica e laboratorial comprovada em protocolos não definido pelos órgãos de saúde e o nosso mostrou grande eficácia bem como a evolução na reabilitação pulmonar respiratória em acometidos Covid-19”, observa.
Um projeto de parcerias
O trabalho, desenvolvido dentro do curso, contou com o apoio dos professores Me. Matheus Jorge e Me. Fabiano Chiesa, além do auxílio da UPF Parque Científico e Tecnológico e Assessoria Internacional. Segundo Humberto, essas parcerias possibilitaram que o projeto fosse levado ao conhecimento de instituições do Brasil e dos Estados Unidos.
Humberto ressalta que a pandemia ainda produz repercussões, não apenas de ordem biomédica e epidemiológica em escala global, mas também repercussões e impactos sociais, econômicos, políticos, culturais e históricos sem precedentes. Com o resultado de novos surtos e novas variantes, o dispositivo surge como uma importante ferramenta para auxiliar essa realidade. “Inserido no mercado global, onde os acometidos necessitam reabilitação respiratória, o dispositivo é uma alternativa diante de métodos de fisioterapia respiratória convencional”, pontua.
O acadêmico ainda coloca o contato pessoal para quem deseja buscar informações ou firmar parcerias: (54) 98130-5735.
Como funciona?
O dispositivo é composto de uma garrafa recipiente e uma cânula de pvc "canudo", com a finalidade de fazer com que o paciente expire todo o ar dos pulmões através de uma cânula para o recipiente, que contém uma medida de água, acarretando em uma pressão pré-determinada de acordo com as características clínicas e funcionais de cada paciente.
O timer cronômetro acoplado, permite um melhor controle de tempo de terapia, funcionando como um incentivador respiratório fisioterapêutico que trabalha todos os músculos da respiração e a exercita com profundidade, tendo por consequência maior disposição do indivíduo, além de prevenir doenças relacionadas aos pulmões, como as sequelas do Covid-19.
Segundo Humberto, o investimento necessário para andamento do dispositivo necessita de um chamado Investidor Anjo, ou seja, uma pessoa física ou jurídica que faz investimentos com o próprio capital em empresas em projetos nascentes com um alto potencial de crescimento. Ele ressalta que, no momento, o projeto foi apresentado para uma empresa de Passo Fundo e aguarda a aprovação da direção.