Já ouviu falar sobre a Doença de Lyme?

Justin Bieber, Avril Lavigne, Ben Stiller e Alec Baldwin são personalidades que lutam contra a enfermidade

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Carrapato transmissor não é encontrado no Brasil    -Foto-Nature-Pix/PixabayCarrapato transmissor não é encontrado no Brasil    -Foto-Nature-Pix/Pixabay
Carrapato transmissor não é encontrado no Brasil -Foto-Nature-Pix/Pixabay
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 A Doença de Lyme acomete nomes como Justin Bieber, Avril Lavigne, Ben Stiller e Alec Baldwin, podendo até ter sido a causadora da morte de Charles Darwin. O cantor Justin Bieber, de 28 anos, cancelou apresentações que faria no mês de junho devido à piora do quadro de sua saúde. Uma das doenças que o astro possui é a Doença de Lyme, infecção bacteriana transmitida por carrapatos que pode acarretar complicações cardíacas e neurológicas.

Tratamento

João Otavio Ribas Zahdi, médico clínico, nefrologista, coordenador do serviço de Clínica Médica do Hospital Universitário Evangélico Mackenzie (HUEM) e professor do estágio de Clínica Médica da Faculdade Evangélica Mackenzie do Paraná (FEMPAR) destaca que a enfermidade é combatida por antibióticos direcionados à bactéria causadora, Borrelia bugdorferi ou Borrelia mayonii. “Dependendo da fase da doença e dos órgãos acometidos, o tempo de antibioticoterapia varia entre 10 e 28 dias. Conforme a repercussão clínica, terapêuticas adjuvantes podem ser utilizadas. Para manejo das dores articulares, além da antibioticoterapia, os anti-inflamatórios não-esteroidais são boa opção. Caso haja derrame articular, seu esvaziamento por meio de artrocentese também traz imediata resposta à limitação dolorosa. Em caso de bloqueios cardíacos, não raro é indicado marca-passo temporário”, recomenda.

Sequelas

Casos não tratados podem evoluir, em especial, com sequelas articulares, como artralgias persistentes e cistos articulares ou neurológicas, com neurite motora, sensitiva, até mesmo déficit cognitivo. Segundo o especialista do Mackenzie, com o tratamento adequado, há erradicação da bactéria e a consequente cura, porém, alguns pacientes mantêm repercussões persistentes, como artralgias e neuropatias, secundárias à manutenção da resposta imune do organismo, necessitando de acompanhamento e terapêuticas específicas.

Jovens

João Otavio afirma que, por ser uma doença transmitida por carrapatos, a exposição está diretamente relacionada ao risco de contágio. “Ela é mais comum em população jovem, por tratar-se de grupos com maior exposição a áreas florestais. A melhor maneira de prevenção consiste em evitar ao máximo o risco de contato com o carrapato transmissor. Caso a exposição seja inevitável, deve ser feito exame minucioso do corpo inteiro, removendo qualquer carrapato encontrado”. No entanto, ele pontua que o carrapato pode passar despercebido em uma inspeção menos detalhada, visto que é menor do que aqueles encontrados em cães.

Sem vacinas

Camila Sacchelli, imunologista da Universidade Presbiteriana Mackenzie, avalia que até o momento não há vacinas, contudo, o tratamento é eficaz para a forma aguda da doença. “Em alguns casos, o quadro grave ocorre na fase crônica, quando alguns pacientes apresentam quadros de autoimunidade, com dores reumáticas, ou até mesmo encefalites”. A imunologista ainda ressalta que há uma vacina da Pfizer em fase de teste clínico, tendo chances de ser disponibilizada em breve. “Se baseia em uma proteína de superfície da bactéria e está sendo testada em adultos e crianças”. No Brasil, a enfermidade é considerada rara. Camila Sacchelli salienta que o carrapato vetor não é encontrado em território brasileiro, mas que podemos enfrentar uma doença parecida, causada possivelmente por uma outra bactéria do mesmo gênero: a doença de Lyme símile.

Sintomas

Os principais sintomas de Lyme são: cansaço; febre; calafrios; dor de cabeça; rigidez no pescoço; dores nas costas, músculos e articulações; manchas vermelhas; náuseas; vômito; dor de garganta; e inchaço nos linfonodos. Os sinais de infecção podem aparecer de 3 a 32 dias após a picada de um carrapato.

 

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