A importância da amamentação para o pleno desenvolvimento das crianças é tema da campanha Agosto Dourado, criada em 1992 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Há 30 anos, o Agosto Dourado simboliza a luta pelo incentivo à amamentação – a cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite materno. De acordo com a OMS e o Unicef, cerca de 6 milhões de vidas são salvas anualmente por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de idade.
Completo
Considerado o alimento mais completo para os bebês, o leite materno sacia a fome, contribui para a melhora nutricional, reduz a chance de obesidade, hipertensão e diabetes, diminui os riscos de infecções e alergias, além de provocar um efeito positivo na inteligência e no vínculo entre mãe e bebê. O leite materno é repleto de anticorpos, fundamentais para a saúde e a resistência do bebê a doenças, por isso é fundamental que a criança o receba como única fonte de alimento até os seis meses. Especialistas, no entanto, sugerem que ele deve continuar até os dois anos ou mais, ou seja, não há limite de idade para a amamentação.
Mitos que prejudicam
É verdade que o leite pode ser fraco para amamentação? Este é um dos maiores mitos quando o tema é amamentação. A pediatra e membro da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul, Vanessa Adriana Scheeffer, salienta que não existe leite fraco. Esta é uma preocupação constante dos médicos em esclarecer principalmente aquelas mães de primeira viagem. “Isso, geralmente acontece, porque as mães começam a enfrentar dificuldades na amamentação. A criança começa a chorar por várias razões. É importante entender que o choro é um mecanismo presente no recém-nascido. Muitas vezes é interpretado como fome e a família começa a pressionar aquela mãe que não tem experiência, dizendo que o leite não está sustentando a criança. Este é um dos principais mitos e, infelizmente, um dos principais motivos da interrupção da amamentação que é tão importante para a mãe e para o bebê”, explica.
De geração para geração
Um fator importante destacado pela médica é que o sucesso na amamentação está bastante relacionado à experiência que é passada de geração para geração e vai depender da vivência da mãe da nova mamãe em muitos casos. “Se a mãe da mãe tiver tido sucesso na amamentação a chance de haver sucesso é muito mais alta. Este vínculo é muito importante”, completa. Outro fator a ser observado diz respeito a alimentação da mãe no período de amamentação. Há crendices populares que dizem que a mãe não pode comer feijão, por exemplo, e isso acaba gerando uma frustração porque a mãe fica privada de determinados alimentos que as vezes são importantes para sua nutrição e esse erro acaba impactando no alimento materno. Salvo casos em que existe um diagnóstico de algum tipo de alergia ou doença do bebê não é indicado nenhum tipo de dieta para mãe no que diz respeito a alimentação. É sempre importante manter as consultas com o pediatra, pois é o profissional capacitado para resolver as dúvidas para auxiliar no aleitamento materno e ajudar nas dificuldades que a mãe possa ter. Através da conversa com o médico a mãe vai ficar mais segura e confiante.