O câncer de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum. São esperados cerca de 6,6 mil novos casos desse câncer para o triênio 2020-2022 e cerca de 3,9 mil mortes por ano no Brasil (Inca). Só no Rio Grande do Sul, são mais de 400 casos por ano e cerca de 280 mortes. Por ser silencioso, muitos diagnósticos ocorrem de forma tardia, diminuindo as chances de cura. Nesse sentido, setembro é o mês de conscientização para o câncer de ovário com o objetivo de alertar a população sobre os fatores de risco e ressaltar a importância de manter hábitos de vida saudáveis e os exames de rotina. Os dados mostram que o câncer de ovário é um dos cânceres ginecológicos mais incidentes e letais nas mulheres.
Mais letal
“O câncer de ovário, por ter sintomas inespecíficos e não ter uma estratégia eficaz de rastreamento, se torna mais letal, pois os diagnósticos se dão em fases mais avançadas da doença”, salienta o oncologista do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Dr. Alvaro Machado. Os sintomas costumam aparecer em estágios mais avançados e podem causar sensação de peso ou dor abdominal ou pélvica, dor lombar, distensão abdominal, cólicas, náusea, diminuição do apetite e diarreia. “É um câncer silencioso. Geralmente, as mulheres são diagnosticadas pelo seu ginecologista nos exames rotineiros ou porque apresentam algum sintoma entre as consultas. Além do exame clínico ginecológico, o diagnóstico é feito por exames de imagem como ultrassom pélvico via vaginal, tomografia computadorizada e ressonância magnética e medição do marcador tumoral sanguíneo CA 125”, observa o especialista.
Idade e história familiar
A idade, história familiar de cânceres de ovário e de mama, fatores genéticos, reprodutivos e hormonais, menarca precoce (primeira menstruação), menopausa tardia (após os 52 anos) e obesidade estão relacionados ao câncer de ovário. “Cerca de 5% a 10% dos casos de câncer de ovário estão associados a mutações genéticas e história familiar. O risco é maior nas mulheres que têm parentes de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com câncer de ovário ou de mama”, comenta o oncologista. Hábitos de vida saudáveis também são importantes para a prevenção desse e de outros tipos de câncer. “A obesidade pode aumentar em 50% o risco, comparado a mulheres não obesas. Por isso, ter uma alimentação saudável e realizar atividades físicas para manter o peso corporal são tão importantes”, enfatiza Machado.
Cirurgia e quimioterapia
O principal tratamento para este câncer é a cirurgia, em geral, seguida de quimioterapia, terapia alvo e antiangiogênico. “O tratamento dependerá do tipo e estágio do tumor, bem como outros fatores como idade e condições de saúde de cada paciente”, explica o oncologista.