No Dia “D” do Câncer de Mama, em 19 de outubro, o foco foi a prevenção. Uma das maneiras mais efetivas de evitar a doença de maior frequência entre as mulheres é estimular a mudança no estilo de vida. Optar por uma alimentação saudável, fazer atividade física regular, diminuir o estresse são atitudes que ajudam a prevenir o câncer de mama. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em 2022, são estimados 66.280 casos novos, o que representa uma incidência de 43,74 casos por 100 mil mulheres. Ao avaliar as estatísticas, o mastologista e ginecologista Leandro Lenzi Pacheco, que coordena o Ambulatório de Mastologia do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, afirma que esses números estão aumentando no mundo todo. Especialmente, no Rio Grande do Sul a realidade é preocupante. “O Rio Grande do Sul é o segundo estado com o maior número de casos, atrás apenas do Rio de Janeiro. Temos uma incidência aproximada de 80 casos para 100 mil mulheres. Em termos absolutos, 5000 novos casos/ano no estado. A incidência de casos no estado gaúcho é praticamente o dobro da nacional”, alerta.
Diagnóstico tardio
A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) pontua que desde 2020, devido à pandemia, observou-se um aumento de diagnósticos tardios e um menor rastreamento da doença, com impacto na sobrevida das pacientes. Nesse aspecto, Pacheco reitera que houve um represamento e atraso no diagnóstico no período pandêmico. “As pacientes não fizeram acompanhamento com seus médicos e os seus exames de rotina. Como consequência, no momento do diagnóstico apresentaram doenças mais avançadas”.
Rotina de prevenção
O Outubro Rosa, mundialmente conhecido como o mês de prevenção ao câncer de mama, tem por objetivo de minimizar o impacto da pandemia. O mastologista menciona que atualmente, não estamos mais em estado pandêmico, e que, portanto, as mulheres devem buscar manter as suas consultas e exames em dia. Neste sentido, ele enfatiza que o diagnóstico precoce se torna fundamental, pois doenças iniciais têm mais chance de cura e tratamentos menos agressivos.
Quanto aos fatores de risco mais predominantes, Pacheco destaca a obesidade, sedentarismo, dieta rica em gordura, não ter tido filhos (nuliparidade), estresse persistente e duradouro, menarca precoce, menopausa tardia, abuso de bebidas alcoólicas, tabagismo, exposição prolongada a hormônios e história familiar (parentes em primeiro grau como mãe, irmã ou filha). Entre os sintomas que as mulheres precisam estar atentas estão; nódulos ou “caroços”, vermelhidão e inchaço na mama, saída de secreção espontânea pelo mamilo, linfonodos (ínguas) aumentados nas axilas, retração da pele ou do mamilo.
Inovações no tratamento
Em relação às novidades do tratamento de câncer de mama, o mastologista salienta que as técnicas cirúrgicas atuais são menos invasivas, ou menos ‘mutilantes’. “As medicações estão cada vez mais específicas, apresentando melhores respostas”, informa. Para diminuir o aumento do número de casos, bem como prevenir o câncer de mama, Pacheco é incisivo ao afirmar que “precisamos focar na mudança de estilo de vida. É essencial uma rotina com alimentação saudável, atividade física frequente, combate ao estresse e sempre que possível, fazer exames de rastreio, anualmente, a partir dos 40 anos ou antes, conforme o critério médico”.