Pessoas com perda auditiva estão mais vulneráveis ao Alzheimer

Problemas na audição aumentam o risco de desenvolver demência

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O diagnóstico precoce favorece a adaptação ao aparelho auditivo (Foto – Freepik)O diagnóstico precoce favorece a adaptação ao aparelho auditivo (Foto – Freepik)
O diagnóstico precoce favorece a adaptação ao aparelho auditivo (Foto – Freepik)
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Segundo estudos, a perda auditiva provoca mudanças no funcionamento do cérebro e aumenta o risco de um indivíduo desenvolver demência. De acordo com a Organização Mundial da Saúde a perda auditiva afeta cada vez mais pessoas devido à exposição prolongada a sons e ruídos e a inserção de mais dispositivos sonoros na rotina. A médica otorrinolaringologista, Dra. Thaís Marques da Costa, que é membro do corpo clínico do Hospital de Clínicas (HC) de Passo Fundo alerta para alguns dos efeitos da perda auditiva.


Atrofia cerebral

“É crescente o número de estudos que relacionam a presença de perda auditiva a um maior risco de problemas cognitivos, maior atrofia cerebral e risco aumentado de demência ou depressão. A perda auditiva pode aumentar em até 5 vezes a chance de uma pessoa ter Alzheimer. Estudos comprovaram que a perda auditiva não tratada é um fator que contribui para o isolamento social, a depressão e o desenvolvimento da demência e da doença de Alzheimer.” Isso porque, segundo a especialista, a perda auditiva afeta o estímulo à várias regiões do cérebro. “A diminuição dos estímulos auditivos afetaria enormemente não só as áreas responsáveis pelo processamento sonoro e de linguagem – os giros superior, médio e inferior do lobo temporal (esses dois últimos também implicados no aparecimento da doença de Alzheimer) – mas o cérebro como um todo”, explica.


Perda de estímulo

O tratamento adequado é muito importante para a inserção social do paciente e sua qualidade de vida. “Todos já ouviram que para evitar essas doenças é preciso estimular e continuar exercitando o cérebro. A perda auditiva tira grande parte desse estímulo, especialmente porque a dificuldade em se comunicar promove o isolamento, o que reduz ainda mais significativamente os estímulos. Pois, embora a perda auditiva seja comum com o envelhecimento, quando ela não é tratada - quando não se usa o aparelho devido - pode causar diversos transtornos”, complementa a otorrinolaringologista.


Diagnóstico precoce

“O diagnóstico precoce da perda auditiva e o tratamento imediato são fatores decisivos para prevenir o surgimento de doenças mentais. Sendo, então, indicado procurar o seu otorrino para uma avaliação e para fazer exames audiológicos acima dos 50 anos ou antes se necessário”, orienta Thaís. A dificuldade auditiva interfere nos aspectos pessoais e profissionais e merece atenção. “Caso a perda auditiva seja diagnosticada e os aparelhos auditivos forem indicados, não apenas irão melhorar a audição, como também vão contribuir para que a pessoa preserve sua independência, habilidades mentais, saúde física e emocional, vida profissional e social. Dessa forma, o diagnóstico precoce favorece o uso e a adaptação do aparelho auditivo. Portanto, se um familiar está mostrando sinais de perda auditiva, como dificuldade de ouvir e conversar, leve-o para fazer uma avaliação especializada. Tudo indica que tratar a surdez em idosos pode ajudar a manter o cérebro em dia por muito mais tempo.”


Dra. Thaís Marques da Costa integra o corpo clínico do Hospital de Clínicas de Passo Fundo (Foto - Arquivo – HCPF)


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