Muito comum na infância, a dermatite atópica também acomete adulto. Segundo a médica dermatologista e diretora da SBD-RS, Juliana Boza, a doença é muito prevalente e exige atenção. “No inverno e temperaturas mais baixas, costumam piorar. Por isso é importante ficar atento ao diagnóstico e cuidados que as pessoas devem ter, disse. A médica dermatologista da SBD-RS, Clarissa Prati, destaca que a dermatite atópica é muito frequente em todo o país, mas especialmente no Rio Grande do Sul. Porém, felizmente o tratamento está cada vez mais evoluído
Doença crônica
“É muito mais confortável, hoje, tratar a doença por conta de avanços importantes. A origem e suas bases são muito mais claras hoje para todos nós, médicos. Por isso conseguimos manejar com bastante eficiência", afirmou. A dermatite atópica é uma doença crônica, onde a coceira e a pele seca são as principais características. Acomete principalmente as grandes dobras do corpo como braços, joelhos e pescoço. Pode ser acompanhada de outras formas de atopia como asma, rinite ou conjuntivite, embora essas não precisem ocorrer ao mesmo tempo. O quadro clínico da dermatite atópica varia conforme a fase da doença. Pode ser dividido em três estágios: fase infantil (3 meses a 2 anos de idade), fase pré-puberal (2 a 12 anos de idade), fase adulta (a partir de 12 anos de idade).
Campanha
A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) lançou a campanha de 2022 de conscientização sobre a dermatite atópica. Com o mote “Dermatite atópica: saiba como controlar”, o objetivo é alertar a população sobre os cuidados com relação a essa doença que tem tratamento e pode ser controlada. A entidade publicou conteúdo em duas redes sociais (cards, animações, vídeos, textos com informações etc.) voltados para a comunidade, trazendo dicas e orientações.
Hidratação
Rosana Lazzarini, assessora do Departamento de Alergia Dermatológica e Dermatoses Ocupacionais da SBD, explicou que o objetivo do tratamento da dermatite atópica é buscar o controle da coceira, a redução da inflamação da pele e a prevenção das recorrências. De acordo com a especialista, em virtude da pele ressecada, a base do tratamento é o uso de emolientes ou hidratantes. “A hidratação da pele é fundamental, pois melhora sua barreira natural. Em geral, com cuidados simples, como aplicação de hidratante várias vezes ao dia e uso de sabonetes suaves, sintéticos, que não agridem o pH da pele, e se evitando banhos quentes e demorados, há um controle no quadro. No entanto, para fazer o tratamento mais adequado é fundamental que o paciente busque um dermatologista, que saberá conduzir de forma correta o caso”, esclareceu Rosana Lazzarini.
Fatores podem agravar ou desencadear a dermatite atópica
1) Sudorese excessiva (ambiente quente, variações repentinas de temperatura e roupas quentes);
2) Baixa umidade no ambiente (aumenta o ressecamento da pele);
3) Roupas de lã, tecidos sintéticos e ásperos (aumentam o prurido);
4) Banhos longos com água quente (resseca a pele);
5) Uso de sabonetes em excesso associado ou não ao uso de buchas;
6) Situações de estresse (aumentam o prurido).
(Fonte: SBD)