A estação mais quente do ano está chegando. O verão inicia na próxima quarta-feira, dia 21 de dezembro, mas o calor, definitivamente, já chegou. Nesse sentido, as pessoas ficam mais expostas ao sol, seja para aproveitar os momentos de lazer nos parques, praias, espaços ao ar livre, ou para trabalhar. Independente do motivo, é preciso se proteger. A exposição prolongada e repetida ao sol (raios ultravioletas – UV) aumenta os riscos do câncer de pele, que é o mais frequente no Brasil, sendo responsável por cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. São cerca de 220 mil novos casos por ano de câncer de pele (Inca 2022). Os três principais tipos são: o carcinoma basocelular e o carcinoma escamoso (mais comuns e menos agressivos) e o melanoma (mais agressivo).
Tipos
O câncer de pele não melanoma, que é o mais incidente no país, apresenta altos índices de cura. Já o câncer de pele melanoma é o tipo que mais preocupa. São quase 9 mil novos casos por ano e quase 2 mil mortes. “O melanoma representa apenas 3% das neoplasias malignas do órgão, mas é o tipo mais grave, porque se dissemina rapidamente para outros órgãos, provocando a chamada metástase. Além disso, a taxa de mortalidade no melanoma aumenta significativamente”, observa o oncologista do Centro de Tratamento do Câncer (CTCAN), Dr. Alex Seidel.
Fatores de risco e prevenção
O oncologista destaca que além da exposição prolongada ao sol, pessoas de pele clara e olhos claros, cabelos loiros ou ruivos, com história pessoal ou familiar deste câncer ou com doenças cutâneas prévias estão entre as mais vulneráveis a este câncer. Outro fator de risco é a exposição a câmaras de bronzeamento artificial. Seidel reforça a importância de cultivar hábitos de fotoproteção. “As formas de prevenção tanto para o câncer de pele não melanoma quanto para o melanoma são as mesmas. As pessoas devem usar filtro solar, boné, chapéu, sombrinhas, óculos de sol, camisa e calça e evitar exposição prolongada ao sol entre 10h e 16h”, alerta o oncologista.
Atenção às pintas escuras e com bordas irregulares
O câncer de pele melanoma se origina nos melanócitos (células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele) e pode aparecer em qualquer parte do corpo, na pele ou mucosas, na forma de manchas, pintas ou sinais. “É preciso ficar atento a pintas com bordas irregulares e mais escuras, que coçam, ardem, descamam ou sangram, bem como feridas que não cicatrizam em até quatro semanas. Ao observar algum desses sinais, procure um dermatologista”, salienta Seidel.
A B C D E
Regra do ABCDE auxilia na identificação do melanoma:
A = Assimetria: lesões assimétricas são suspeitas, enquanto lesões simétricas são mais provavelmente benignas.
B = Bordo: bordos irregulares, geográficos são sempre suspeitos, ao contrário dos bordos regulares.
C = Cor: uma cor homogênea é mais provavelmente benigna e quando há variação desde castanho claro até preto-azulado deve ser avaliado por seu médico.
D = Diâmetro: lesões maiores que cinco milímetros são sempre suspeitas.
E = Evolução: qualquer modificação (crescimento, sangramento, descamação ou prurido) em um nevus (lesões escuras) deve ser analisada pelo médico dermatologista.
Campanha Dezembro Laranja
A campanha Dezembro Laranja é organizada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e, neste ano, o tema é “Não espere até sentir na pele”. O intuito é promover a conscientização a respeito dos riscos do câncer de pele, enfatizando a necessidade de a população manter hábitos adequados de proteção solar e visitar regularmente o dermatologista.