Em busca de árvores gigantes: projeto da UPF atua para melhorar ecossistemas alterados pela ação humana

As sementes de árvores nativas da região produzirão mudas de boa genética que serão utilizadas para manejo, pensando em melhorar as condições de vida da fauna silvestre

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Foto:  Caroline Lima e DivulgaçãoFoto:  Caroline Lima e Divulgação
Foto: Caroline Lima e Divulgação
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Os benefícios que uma árvore nativa proporciona ao meio ambiente são diversos e é buscando multiplicar a produção das espécies que a equipe do Laboratório de Manejo da Vida Silvestre da Universidade de Passo Fundo (Lamvis/UPF) está à procura de árvores gigantes para se tornarem matrizes. As sementes dessas árvores produzirão mudas de boa genética que serão utilizadas para manejo, pensando em melhorar as condições de vida da fauna silvestre.

A iniciativa faz parte do projeto “Sequestrando carbono com árvores nativas estratégicas para a fauna silvestre”, contemplado com recursos de um dos editais do Green Office UPF, em 2022. Entre milhares de espécies nativas existentes na região do Planalto Médio do Rio Grande do Sul, 20 foram elencadas pelo grupo para serem multiplicadas. Para tanto, foram levados em consideração a importância delas para o fornecimento de alimentos a aves silvestres e mamíferos e à formação de cavidades para os animais utilizarem como abrigo ou para fazer ninhos, como explica o coordenador do Lamvis, professor Dr. Jaime Martinez. “À medida que a árvore cresce, ela tira carbono do ar pela fotossíntese. Então vamos sequestrar carbono, mantendo as árvores importantes para os animais e contemplando a biodiversidade regional”, afirma.

Ao encontrar uma possível candidata, a equipe do laboratório, formada pelo professor e por acadêmicos do curso de Ciências Biológicas da UPF, faz o registro fotográfico das árvores, tira medidas e circunferências e anota a coordenada geográfica exata em que estão localizadas. “Estamos produzindo cerca de 30 a 40 mudas de cada espécie que vai entrando em frutificação de sementes. A fenologia das plantas permite fazer um estudo do período em que cada espécie produz fruto, o que ajuda também a monitorar as mudanças climáticas. Nossa ideia não é ter quantidade, mas ter mudas de qualidade, de uma genética boa da região”, destaca o professor.

Foto: Caroline Lima e Divulgação


 Iniciativa parte da Universidade para beneficiar meio ambiente e comunidade

Em suas ações de ensino, pesquisa e extensão, o Lamvis atua em diversas frentes da conservação da natureza, apoiando ações de desenvolvimento e captação de recursos humanos para atuar nessa missão. A partir da produção das mudas, a ideia é aproximar a comunidade, envolvendo as prefeituras e secretarias de meio ambiente de municípios da região que necessitem de ações de manejo. “Se algum município estiver com problema de alguma espécie animal, como pomba ou morcego, por exemplo, ou quiser melhorar a situação da população de alguma espécie, podemos ir até lá avaliar e ver o que pode ser feito em termos de manejo do ambiente para minimizar o problema”, comenta o professor.

Como estratégia principal de conservação da diversidade biológica, o Laboratório utiliza estratégias de manejo da vida silvestre, atuando na melhoria dos hábitats e ecossistemas que foram alterados pela ação humana. Entre as ações, está o fornecimento de cavidades e abrigos para a fauna silvestre, como a instalação de caixas-ninho para as aves, confecção de cavidades em barrancos para os mamíferos, entre outras. Outra ação já iniciada pelo Lamvis é o plantio de 400 mudas de araucárias na Reserva Particular do Patrimônio Natural da Fundação Universidade de Passo Fundo (RPPN/FUPF).

Foto: Caroline Lima e Divulgação


Comunidade está convidada a participar

A iniciativa resultará na publicação de um e-book chamado “Árvores nativas estratégicas para conservação da fauna silvestre”, com fotos e informações das espécies selecionadas. Com o principal propósito de beneficiar o meio ambiente, as ações do projeto também buscam engajar a comunidade e criar um interesse natural das pessoas pelas árvores nativas.

Quem quiser participar, seja indicando árvores para se tornarem matrizes ou para solicitar mudas, deve entrar em contato com a equipe do laboratório pelo Instagram @lamvisupf ou e-mail [email protected].

 

Além do Green Office, o projeto conta com o apoio da Floresta Nacional de Passo Fundo/ICMBio, do Projeto Charão/AMA, dos programas de pós-graduação em História e em Ciências Ambientais e dos cursos de Agronomia e Ciências Biológicas.

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