O ano passado foi marcado por registros meteorológicos extremos no Rio Grande do Sul. Em 2024, as chuvas provocaram enchentes e alagamentos em grande parte do território gaúcho. Além das 183 mortes confirmadas, mais de 2,3 milhões de pessoas foram atingidas. Os extremos bateram recordes em precipitações e também em temperaturas. Em Passo Fundo, 2024 teve números exponenciais nos registros meteorológicos do Laboratório de Agrometeorologia da Embrapa Trigo. “Foi o ano mais quente da história”, enfatizou o analista Aldemir Pasinato, em relação aos registros dos últimos 63 anos. “Não teve a mais elevada temperatura máxima, mas registrou as maiores médias em relação ao histórico climatológico”. E, ainda, um volume de chuvas com excedente de 545mm durante o ano.
Um ano quente
Certamente, 2024 ingressa com alguns superlativos no histórico climatológico de Passo Fundo. “Foi o ano mais quente em comparação com as médias de temperaturas”, destacou Pasinato. “A temperatura média do ano foi 18,8ºC, enquanto a média histórica é de 17,8ºC. A média das mínimas ficou em 14,7, acima do histórico de 13,4ºC. A média das máximas, 24,4 também superou a dos registros que é de 23,9ºC”. Esses números, mesmo sem os picos máximos extremos, são importantes porque demonstram um conjunto de valores elevados. De acordo com o analista da Embrapa, 1961 foi o último ano em que o calor teve índices médios acima dos apontados no ano passado. “A exceção foi apenas com a média das máximas de 2012, quando ficou em 25ºC”, acrescentou.
Ano chuvoso
“2024 foi o sétimo ano mais chuvoso da história em Passo Fundo”, apontou Pasinato, de acordo com os registros da unidade da Embrapa. Mas os números da chuva durante o ano passado são impressionantes. Choveu um acumulado de 2.476mm. O volume considerado normal para o clima do território passo-fundense é de 1.931mm. Isso significa que as precipitações tiveram 545mm a mais. “Choveu 28% acima da média de Passo Fundo. Somente em maio (enchentes no RS) foram 395mm. No final do ano, dezembro fechou com 218mm, portando acima dos 162mm apontados pelo histórico”.
La Niña já mostra sua cara
Depois dos excessos de 2024, o novo ano começou seguindo as influências de La Niña que já mostra sua cara. A “menina travessa”, que surge do resfriamento das águas no Pacífico Tropical, “traz chuvas irregulares e amplitude térmica de normal para cima”, explica Pasinato. Ou seja, teremos aquelas conhecidas chuvaradas rápidas, também conhecidas como chuvas de verão. Isso significa muita água caindo em pouco tempo e em áreas isoladas. “Traz picos de calor, mas em períodos mais rápidos, por no máximo três ou quatro dias”, completou.
Curta temporada
Em 2025, a expectativa é que o fenômeno La Niña tenha apenas uma curta temporada entre nós. E, também, com menor intensidade. “Vai influenciar um pouco menos no clima, pois terá intensidade de fraca à moderada. O fenômeno será breve, pois os indicativos apontam sua influência apenas para os meses de janeiro, fevereiro e março”. Já nos primeiros dois dias de 2025, ela deu os sinais iniciais com as chuvas ocasionais e de intensidade considerável para um curto espaço de tempo. Em 48 horas, foram 21,4mm. A média do mês de janeiro é de 174mm. Mas, vem aí bom tempo. Bem ao estilo de La Niña!
A previsão do tempo
-- Sexta-feira: sol (chuvas de verão). Temperatura oscila entre 20 e 30ºC.
-- Sábado: predomínio de sol. Temperatura mínima de 16 e máxima de 26ºC.
-- Domingo: sol e tempo seco. Temperatura mínima de 15 e máxima de 28ºC.