Os registros meteorológicos vêm atingindo valores extremos em Passo Fundo. Em 2024, bateram recordes em precipitações e também em temperaturas, de acordo com os registros do Laboratório de Agrometeorologia da Embrapa Trigo. Agora, é a radiação ultravioleta que atinge números elevados, exigindo cuidados na exposição ao Sol, inclusive com o risco extremo de queimaduras. Na terça-feira, 07, o índice UV registrado pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais bateu na faixa de 12. Para ser ter uma ideia, esse valor corresponde à maior intensidade sobre a superfície da Terra. “Com 11 e 12 é classificado como extremo”, alertou o analista da Embrapa Trigo, Aldemir Pasinato. De acordo com os registros, nos últimos meses o índice UV vêm apresentando valores muito altos ou extremos.
Números extremos
“O índice UV mede a radiação ultravioleta incidente na superfície da Terra e os efeitos sobre a pele humana. O valor máximo diário ocorre próximo ao meio dia, entre 11 e 14 horas”, explicou Pasinato. “De 0 a 2 fica na classificação baixa, 3 a 5 é moderada, 6 e 7 alto, 8 a 10 muito alto e 11 e 12 extremos”. As nuvens diminuem um pouco a radiação ultravioleta. Na terça-feira, porém, mesmo com nebulosidade os registros do INPE detectaram o índice 12 em Passo Fundo. Com elevada radiação, o analista alerta para a necessária proteção da pele. “Pode provocar queimaduras na pele e prejudicar os olhos. A longa exposição solar pode causar câncer de pele, já a partir do nível moderado (3 a 5) e a proteção é necessária”, disse. Além da utilização de protetores solares com elevado FPS, também lembrou do uso de roupas especiais.
Camada de ozônio
O vilão pelos elevados índices de UV é a camada de ozônio, a ozonosfera, que sofre pelos maus tratos com o planeta. “Para os próximos dias a tendência é de índices altos, em função da redução da camada de ozônio, que fica na estratosfera numa altitude de 20 a 35 km”. Para um comparativo simples, essa faixa de proteção fica bem acima do nível de cruzeiro dos aviões intercontinentais que voam a 10 ou 12 km de altitude. “A redução da camada de ozônio diminui a proteção, pois tem a função de filtrar ou mesmo bloquear os raios ultravioletas. Isso ocorre pelo desequilíbrio ambiental. Assim como tivemos o ano mais quente (2024), o aquecimento global causa o efeito estufa”, complementou Pasinato. Literalmente, os estragos no meio ambiente já estão na estratosfera.
Polo Sul
O índice UV é medido via satélite pelo INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. E, ao contrário do que imaginamos, no verão é maior na parte inferior do Hemisfério Sul. “Pela posição geográfica, o Rio Grande do Sul está mais próximo ao Polo Sul, onde tende a ser maior”, disse Pasinato. “Além do aquecimento global, este ano já temos indícios da chegada do fenômeno La Niña, que traz chuvas irregulares e amplitude térmica de normal para cima”. Esses fatores justificam as variantes necessárias para o registro de condições extremas nos índices de UV.
A tendência
Mesmo com indicativos de dias quentes pela frente, as condições dos raios ultravioletas devem melhorar um pouco. “Nos próximos dias deve aumentar a nebulosidade e, assim, também aumenta a probabilidade de baixar os índices de UV em Passo Fundo. Mesmo assim, ainda são necessários os cuidados em relação à exposição ao sol”, alertou Aldemir Pasinato.
Previsão do tempo para a semana
Quarta-feira: predomínio de sol entre nuvens. Temperatura oscila entre 17 e 28ºC.
Quinta-feira: predomínio de sol entre nuvens. Temperatura oscila entre 17 e 30ºC.
Sexta-feira: sol a nublado e chuvas de verão. Temperatura entre 18 e 31ºC.
Sábado: possibilidade de pancadas de chuva. Temperatura entre 18 e 32ºC.
Domingo: chuvas localizadas. Temperatura entre 18 e 28ºC