Dias mais longos, de muito calor, com a movimentação nas ruas e parques aumentando para aproveitar o período de férias: hoje (21) começa oficialmente o verão. No hemisfério sul, esse será o dia mais longo do ano, com o maior número de horas de luz entre o nascer e o pôr do sol. O verão de 2022, que inicia em 21 de dezembro e encerra em 20 de março, continua sob a influência do fenômeno La Niña, com irregularidade na quantidade e distribuição de chuvas e temperaturas elevadas.
Altas temperaturas
Passo Fundo registrou na tarde de domingo e segunda-feira temperaturas em torno dos 34°C, antecipando o cenário que os passo-fundenses encontrarão nos próximos três meses de verão. De acordo com o agrometeorologista da Embrapa Trigo, Gilberto Cunha, os prognósticos do Instituto Nacional de Meteorologia apontam para um verão em que as temperaturas estarão mais altas do que o costume durante o dia e terão a tendência de baixar ao longo da noite e madrugada.
Essa elevação de temperatura acontece principalmente pelas baixas precipitações esperadas para a estação. “O verão 2022 será marcado por chuvas irregulares, com uma quantidade ao redor ou abaixo do padrão da estação”, pontuou Gilberto, destacando que isso são os efeitos do fenômeno La Niña sob o Rio Grande do Sul. Entretanto, como explica o agrometeorologista, mesmo que a La Ninã persista e esteja ativa no verão, a sua influência não será tão grande e marcante como foi durante a primavera e os meses de novembro e dezembro.
Previsão
O tempo seco e firme encontrado nos últimos meses na região de Passo Fundo deve persistir, mas não na mesma magnitude. “Com a entrada do verão temos a perspectiva de volta de chuvas para a região já nesta quarta-feira”, destacou Gilberto, explicando que uma frente fria se aproxima do estado e pode ocasionar chuvas, que amenizariam os efeitos da estiagem enfrentada por produtores rurais. “Mas não é de uma hora para outra que essa estiagem vai acabar”, disse, mantendo o alerta sob os efeitos da ação da La Niña.
O que traz esperança para a reversão do cenário padrão projetado para anos de La Ninã, com a redução das chuvas, é a partir da virada do ano as águas do Oceano Atlântico Sul na costa sul do Brasil sofrerem de um aquecimento, o que traria uma quantidade maior de umidade no sul e a consequente chuva. “Para o dia 27 ainda é possível outra frente fria, se o Atlântico colaborar com a umidade”, completou Gilberto.