Outono terá instabilidades climáticas e temperaturas acima da média

Estação será marcada pela continuidade da ação do fenômeno La Niña com chuvas abaixo da média

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A estação é marcada pela queda nas temperaturas na transição para o inverno que é mais frio e seco. (Foto: Gerson Lopes/ON)A estação é marcada pela queda nas temperaturas na transição para o inverno que é mais frio e seco. (Foto: Gerson Lopes/ON)
A estação é marcada pela queda nas temperaturas na transição para o inverno que é mais frio e seco. (Foto: Gerson Lopes/ON)
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No domingo, dia 20 de março, quando o relógio bateu 12h33min, deu-se início à estação conhecida como a de transição entre as temperaturas elevadas e o frio característico da região sul: o outono. A estação, que se estende até às 6h14min do dia 21 de junho, deve ser marcada por chuvas irregulares, grande variabilidade climática, além da continuidade da influência do fenômeno La Niña sob o estado, o que traz mais instabilidade nas chuvas de outono que é historicamente mais seco. 

 

Início do outono

A saída de um verão quente e úmido e a passagem para a estação que traz a queda das temperaturas, é a característica mais marcante do outono, onde temos as primeiras incursões de massas de ar frio que vêm do sul do continente, principalmente da Argentina e do Uruguai. Apesar disso, o analista do laboratório de meteorologia da Embrapa Trigo, Aldemir Pasinato, pontua que não há previsão de geada para a região nos próximos dias, somente na Serra e em áreas mais altas, no entanto, os passo-fundenses já poderão tirar os casacos do armário, visto que teremos temperaturas mínimas na faixa dos 12ºC e máximas de 20ºC.

 

Variabilidade climatológica

Nesse sentido, segundo o prognóstico do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) a diminuição do calor não acontece de maneira brusca, com a predominância de períodos de cerca de uma semana com temperaturas mais amenas e frias e em seguida outro curto espaço de tempo com temperaturas acima da média. Durante o outono, os termômetros registram de 15ºC a 20°C e como explica Aldemir, a variabilidade climatológica que se estenderá pelos três meses da estação é em função da ação do La Niña. “Devido ao fenômeno La Niña nós temos essa questão de pouca nebulosidade, que causa uma grande variabilidade de temperatura, que são mais frias de manhã e com mais calor durante o dia”, esclareceu.

 

La Niña permanece até o inverno

Quando se trata do La Niña, as últimas previsões apontam que ele continua em ação em abril e maio, chegando em seu estágio final no inverno, quando inicia sua transição para uma fase neutra. Historicamente, o outono é o período com menor quantidade de chuvas se comparadas a outras estações, principalmente em abril, mês que normalmente registra cerca de 100 mm. As médias climatológicas menores somadas aos efeitos do La Niña trazem a consequência de uma estação que terá precipitações próximas ou abaixo da média ideal. “Teremos chuvas provavelmente concentradas em um ou dois dias, com grande quantidade, grandes volumes e intensas. Assim será um curto espaço de tempo com quantidade mais elevadas”, explicou o analista do laboratório de meteorologia da Embrapa Trigo.

 

Chuvas regulares ainda são características do La Ninã

Em fevereiro as precipitações registradas junto à Estação Meteorológica da Embrapa foram cerca de 31 mm acima do esperado para o mês. Para março, as perspectivas apontam o mesmo cenário, visto que até ontem (21) tinham sido contabilizados 78,2 mm e a média para o mês é de 134,9 mm. Nesta semana, entre quarta e sexta uma nova frente fria deve se aproximar do estado e apesar de positivo, esse cenário ainda se enquadra dentro do comportamento do La Ninã. Isso ocorre porque após o longo período de estiagem vivenciado, dentro disso há uma volta rápida de chuvas intensas ultrapassando as médias históricas. “Até o final de março será assim, mas em abril e maio, a tendência é que as chuvas vão diminuindo”, relembrou Aldemir Pasinato.

 

Déficit hídrico durante a safra verão

Apesar do verão ter iniciado oficialmente em 21 de dezembro, o período do plantio da soja iniciou em novembro e a falta de chuvas no mês e que permaneceu nos meses de dezembro e janeiro afetou gravemente as lavouras da região. Segundo dados da Estação Meteorológica da Embrapa, houve um déficit hídrico de 304,8 mm durante esses três meses e a tendência da volta da redução de precipitações nos próximos meses atenta para a dificuldade de recuperação dos níveis dos mananciais. “Vai demorar um pouco mais para haver a recuperação. Passa a regularizar lá na primavera, que é quando mais chove e é mais previsto chuvas nas médias climatológicas”, finalizou Aldemir Pasinato. 

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